Os casos de exploração sexual por parte dos capacetes azuis das Nações Unidas continuam sendo algo sistêmico. O último relatório de supervisão interna da organização concentra-se na conduta dos soldados no Haiti (onde o Brasil tem o comando militar da missão da ONU) e na Libéria, dois dos países mais pobres do planeta e os mais afetados por esses abusos. O estudo revela que o sexo utilizado como moeda de troca é “bastante comum”, ainda que as vítimas tendam a não denunciar – o que dificulta a assistência adequada.
A ONU tem cerca de 125.000 capacetes azuis mobilizados no mundo todo, em missões de manutenção da paz em zonas de conflito ou realizando tarefas de assistência em países atingidos por desastres naturais. A prática de pagar por sexo é proibida aos capacetes azuis, pois coloca em risco a credibilidade da instituição de proteger a população civil mais vulnerável. É inclusive desaconselhada a relação pessoal com os que recebem ajuda.
O rascunho do relatório, que será divulgado em breve embora tenha sido vazado na imprensa, revela que durante o ano passado houve denúncias de 51 casos de abuso e exploração sexual em todas as missões da ONU, segundo a agência AP. São 15 a menos que no último relatório anual. Mas os pesquisadores consideram insuficiente essa redução, apesar do aumento no número de soldados mobilizados.
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