Sincretismo e quebra de preconceitos em nova obra
Os irmãos Cosme e Damião, mais o amigo Doum, um dia se encontram com um menino chamado Pererê. Juntos, eles descobrem uma nova brincadeira mágica, a capoeira. É através dessa fábula que a escritora Erika Balbino transmite às crianças uma mensagem de orgulho. No livro “Num Tronco de Iroko Vi a Iúna Cantar”, lançamento da editora Peirópolis (80 págs., R$ 49), ela fala da força da cultura africana no Brasil e sobre abrir mão da vaidade em favor de um bem maior.
O livro traz o sincretismo característico do Brasil nos personagens e histórias em que se envolvem e joga luz ao desconhecido por ser descoberto. Como uma “brincadeira de pique-esconde” que tira as vendas do preconceito, como menciona Dennis de Oliveira, professor de jornalismo da ECA (Escola de Comunicação e Artes da USP), que assina o prefácio do livro.
“A cultura afro-brasileira ainda é invisível. Seu ensino foi aprovado por lei, mas permanecemos no campo do aprendizado da cultura europeia, replicando valores ultrapassados. Continuamos no campo do folclore, como se o negro e até mesmo o índio fossem objeto de uma vitrine, utilizada para fazer figuração em momentos oportunos. A literatura pode nos libertar dessas amarras e acredito que esta seja minha pequena contribuição”, diz Érika.
O livro tem ilustrações do artista Alexandre Keto e ainda traz um CD.
Fonte: O Tempo