Carrefour promete implantar políticas de Ações Afirmativas

Depois do lamentável e criminoso incidente que envolveu Januário Alves Santana pai de família, negro e funcionário da Universidade de São Paulo, que como já foi amplamente noticiado, foi violentamente espancado no estacionamento e em uma saleta do supermercado Carrefour em Osasco, o Movimento Negro de São Paulo e do Brasil, aliado com todas as forças da sociedade que abominam o racismo e o preconceito racial, desencadearam um série de protestos e manifestações no sentido de exigir que todos os envolvidos no caso sejam exemplarmente punidos.

No último dia 05 de setembro, o Fórum Regional Oeste Metropolitano da Igualdade Racial, que reúne 19 municípios, organizou uma grande manifestação de protesto com cerca de 500 pessoas, num ato de desagravo à vítima que contou também com a participação de inúmeras entidades, sindicatos, associações e centrais sindicais.

Na ocasião após a passeata que percorreu as ruas de Osasco, houve um ato público defronte a loja e na ocasião uma comissão foi recebida por diretores e pela Superintendente de Comunicação do Carrefour Regina Pitoscia que deixou bastante evidente o interesse da empresa em iniciar o mais brevemente possível a construção de um plano de ação para aprimoramento da educação para a diversidade dentro da empresa e a implementação de políticas de ações afirmativas voltadas para a população negra.

No último dia 11, houve uma nova manifestação defronte a sede central do Carrefour, que contou com a participação da CONEN, UNEGRO, Círculo Palmarino, Sindicato dos Comerciários de S. Paulo, CUT, CGTB, ANID, ocasião em que foi entregue aos representantes do Carrefour um Manifesto exigindo do Estado e do Carrefour a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis pela agressão sofrida pelo funcionário da USP. Na oportunidade, uma comissão também foi recebida por Armando Almeida Diretor Executivo – Brasil da empresa, além de outros diretores e o mesmo se comprometeu de fato a implementar uma política de ações afirmativas na empresa e para tanto espera contar com a assessoria direta do Movimento Negro.

Dessa forma, o Fórum Regional Oeste Metropolitano da Igualdade Racial marcou uma primeira reunião de trabalho que deverá ocorrer no dia 17 de setembro às 18h30 na Casa da Cidadania em Osasco ocasião que em conjunto com as entidades interessadas formará uma comissão que irá assessorar o Carrefour na implementação de tais políticas, independentemente das ações judiciais e criminais que estão correndo contra a empresa em função das agressões praticadas contra Januário.

+ sobre o tema

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

para lembrar

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...
spot_imgspot_img

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se retratar com Camila Pitanga e o pai da atriz, Antônio Pitanga, depois de uma declaração...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...