Carta aberta aos participantes da Cúpula de Líderes sobre o Clima

Enviado por / FonteDa Comissão Arns

A Comissão Arns encaminhou às autoridades da Cúpula do Clima uma carta aberta que alerta as lideranças internacionais sobre a distância entre o que as autoridades brasileiras divulgam hoje e a realidade do país com o aumento do desmatamento da Amazônia, os riscos para os povos indígenas, os efeitos da mineração em áreas de proteção ambiental, entre outros problemas.

O texto aponta as condições do Brasil para enfrentar os desafios políticos, econômicos e legislativos da proteção do meio ambiente e também o protagonismo das questões ambientais na agenda mundial. Mas, revela que essas conquistas vem sendo revertidas pelo governo de Jair Bolsonaro, que coloca em dúvida a realidade da mudança climática, ameaça a retirada do país do Acordo de Paris, questiona evidências científicas, demoniza ambientalistas e ativistas de direitos humanos, desdenha das tradições culturais dos povos indígenas e confraterniza publicamente com praticantes de diferentes ilícitos.

“No plano da ação, o governo vem enfraquecendo sistematicamente os órgãos de gestão ambiental. Revisou regulamentos, flexibilizou normas, revogou dispositivos legais, alterou a composição de órgãos públicos encarregados de monitoramento e aplicação de multas, substituiu chefias competentes por pessoas sem qualificação apropriada – quando não, por sócios da devastação –, perseguiu funcionários, reduziu o orçamento destinado ao meio ambiente […] Entre os projetos de lei em tramitação no Congresso que o governo considera prioritários, quatro enfraquecem, de diferentes maneiras, a proteção ao meio ambiente, com

graves consequências para a Amazônia e para o modo de vida das populações indígenas”, denuncia a carta.

A Comissão Arns acredita que o meio ambiente tem que ser defendido por todos, como um direito humano. Nesse sentido, a sua manifestação apresenta um retrato mais realista do que está acontecendo no Brasil, no que diz respeito à preservação dos recursos naturais e das comunidades tradicionais, e cobra dos representantes do país nesta conferência compromissos claros, prazos definidos, metas precisas e métricas para aferir resultados.

+ sobre o tema

Júri condena quem matou Marielle. Falta quem mandou matar e quem acobertou

Após seis anos de espera, os executores da vereadora...

Ministras Margareth Menezes e Anielle Franco se reúnem para discutir ações de promoção da igualdade racial

Com o intuito de promover mais conscientização e visibilidade...

Relatório da sociedade civil revela avanços na luta contra a fome e a pobreza no Brasil

No cenário de desafios globais e reconstrução nacional, o...

Na cidade mais rica do país, mais da metade da população vive com insegurança alimentar

A insegurança alimentar em São Paulo, tão evidente nos bairros...

para lembrar

Mídia, violência e direitos humanos

Por Robson Sávio Reis Souza 10 de dezembro:...

O pior dos racismos é o da cor da alma

O mundo seguirá sendo violento e despedaçado enquanto pensarmos...

Seminário do CNJ apontou desigualdades a superar no acesso à Justiça

O compromisso da Justiça de buscar novas soluções para...

Dilma afirma que Ciro tem total liberdade para fazer o que quiser

Por: MÁRCIO FALCÃO   A candidata do PT à...

Problemas econômicos no Brasil ficam maiores num cenário Trump

Os problemas atuais no Brasil e nos Estados Unidos formam um contexto econômico mais preocupante do que era há alguns meses. No Brasil, o Boletim...

Brasil reduz pobreza extrema e protagoniza aliança contra a fome

A pobreza extrema é uma questão que nos desafia enquanto sociedade global. Semana passada, o Banco Mundial divulgou um dado alarmante: 8,5% da população...

‘A desigualdade desafia tudo, desafia o contrato fundamental das sociedades’, diz Nobel de Economia

O economista James A. Robinson, que ganhou na segunda-feira (14/10) o Prêmio Nobel de Economia, ao lado de Daron Acemoglu e Simon Johnson, disse que...
-+=