Cauby, Cauby!

A cena é tão boa que dispensa roteirista. Mamãe grávida do meu irmão, Júlio, entusiasmada com a presença de Cauby Peixoto (1931-2016) em Niterói. Aliás, cidade natal do cantor.

O ano era 1957. Cauby era chamado de o terror das moças. Errado. Era o terror dos namorados e maridos que viam mulheres se emocionarem com o intérprete de Conceição eu me lembro muito bem vivia no morro a sonhar com coisas que o morro não tem.

Mamãe nunca morou no morro. Mas tinha seus sonhos com coisas que a vida de casada certamente não tem. Papai então se perguntava: O que esse cara tem que eu não tenho?

Nos anos 1950 a regra geral, com exceções honrosas, era: homens mandam, mulheres obedecem. Eram eles a cabeça do casal. De maneira que meu pai proibiu que mamãe fosse ao show de Cauby Peixoto no estádio Caio Martins.

Ele gostava de contar essa história indagando: Onde já se viu uma mulher grávida correr em disparada atrás de um cantor? A versão de mamãe era mais magoada. Nunca ela esteve tão perto do ídolo. O Caio Martins ficava a algumas quadras da nossa casa.

Passados anos quando essa história voltava, papai mantinha-se firme. Já minha mãe sublinhava: Eu era moça e muito boba. Se fosse hoje teria ido. Teria desobedecido.

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