Chefe da ONU reforça a necessidade de ação global contra o racismo em homenagem ao Dia Internacional da Ascendência Africana

Enviado por / FonteJornal Grande Bahia

A ONU estabeleceu a Década Internacional para Pessoas de Ascendência Africana em 2015 para promover direitos, reconhecer contribuições culturais e combater a discriminação.

No Dia Internacional da Pessoas de Ascendência Africana, comemorado em 31 de agosto, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez um apelo global para a eliminação do racismo e da discriminação contra afrodescendentes. A mensagem deste ano é particularmente dedicada à diáspora africana, destacando a importância de uma ação coordenada para enfrentar essas questões.

A Assembleia Geral da ONU proclamou a Década Internacional para Pessoas de Ascendência Africana em dezembro de 2013, com o objetivo de abordar temas relacionados ao reconhecimento, justiça e desenvolvimento dessas comunidades. A década começou em 2015 e busca promover os direitos dos afrodescendentes, aumentar a conscientização sobre suas contribuições culturais e fortalecer os marcos legais contra a discriminação racial. Em 2021, o 31 de agosto foi oficialmente reconhecido como o Dia Internacional das Pessoas de Ascendência Africana.

Neste ano, Guterres solicitou aos Estados-membros da ONU que instituam uma segunda Década Internacional para acelerar os esforços na promoção de mudanças reais. Ele destacou as significativas contribuições das pessoas de ascendência africana, tanto na liderança quanto no ativismo, mas alertou que os legados persistentes da escravidão e do colonialismo ainda afetam essas comunidades.

O secretário-geral ressaltou que o racismo sistêmico continua a se manifestar, inclusive em novas tecnologias, onde algoritmos podem amplificar a discriminação. A ONU estabeleceu recentemente um Escritório Anti-Racismo para abordar o racismo no ambiente de trabalho e está priorizando a erradicação do racismo e da discriminação racial.

Guterres também pediu que os governos assumam a liderança na implementação de políticas e leis para combater o racismo sistêmico e garantir a inclusão. Ele ressaltou a necessidade de justiça reparatória para lidar com os crimes históricos da escravidão.

Especialistas nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU também fizeram um apelo semelhante, defendendo uma segunda Década Internacional para Pessoas de Ascendência Africana, que se estenderia de 2025 a 2034. Eles destacaram que, apesar dos avanços, o mundo ainda está distante de garantir o respeito pleno pelos direitos humanos e liberdades fundamentais dessas pessoas.

Com eventos importantes como a Cúpula do Futuro da ONU, programada para setembro, e a 16ª Conferência das Partes sobre Biodiversidade em outubro, os especialistas incentivaram os Estados-membros a utilizar essas plataformas para abordar questões relacionadas aos afrodescendentes. Eles enfatizaram a urgência de uma ação decisiva e a importância de aproveitar essas oportunidades para promover mudanças significativas para as pessoas de ascendência africana e para a humanidade em geral.

+ sobre o tema

Comitê Quilombola da 2ª Marcha das Mulheres Negras é lançado em Brasília

Mulheres quilombolas de todo o país lançaram, nesta terça-feira...

Governo encara o privilégio tributário dos muito ricos

Mais que cumprir promessa da campanha de 2022 ou...

Google concorda em pagar US$ 28 milhões em processo por preconceito racial

O Google concordou em pagar US$ 28 milhões (cerca de R$...

Renda de pessoas negras equivale a 58% da de brancas, mostra estudo

A renda do trabalho principal de pessoas negras correspondia,...

para lembrar

Após recusa de cinco senadores, Humberto Costa será relator de processo contra Demóstenes

Por: Marina Marquez Petista vai relatar ação que decide...

Política é coisa de quem fala “errado” também

Algumas das pessoas mais sábias que conheci são...

“Ataque no Einstein foi ato de rebaixamento moral”

Justamente um hospital de inspirações judaicas foi o palco...

Também se flutua de véspera – por Fernanda Pompeu

Na sexta-antes-do-carnaval, se assanha o bloco carioca Concentra mas não sai....

Geledés – Instituto da Mulher Negra se solidariza à Ministra Marina Silva

Geledés – Instituto da Mulher Negra, organização fundada e liderada por mulheres negras, se solidariza com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do...

STF forma maioria para validar lei que expulsa empresa por escravidão em SP

O plenário do Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta quarta (19), para validar a Lei Paulista de Combate ao Trabalho Escravo, sancionada e regulamentada...

Alcântara é Quilombola! Em sentença histórica, Corte Interamericana condena Brasil por violar direitos quilombolas e determina titulação do território

Na última quinta-feira (13), a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) declarou que o Estado brasileiro é responsável por violar os direitos das...
-+=