Ciclo “Mulheres Negras – Uma história que nos negaram”

A FLUP chega aos 10 anos reconhecendo o feminismo negro e a palavra falada, entendida  como a plataforma mais inclusiva de formação de leitores e autores, como os elementos  mais relevantes de sua história. É a partir daí que se constrói toda a programação em 2021,  que oferece espaço para novas estratégias narrativas com sotaques de diversos territórios  do Brasil e ainda linguagens lusófonas, indígenas, além, claro, de muitas vozes de  mulheres.  

Com início em 28 de julho, o ciclo “Mulheres Negras – Uma história que nos negaram” acontece online nas páginas da Flup e convida o país a mergulhar na história de um Brasil  desconhecido para a maior parte da população, inclusive a negra. Essas personagens  invisibilizadas foram mapeadas pelas pesquisadoras Thais Alves (PUC-Go) e Rosinalda  Simoni (PUC-Go), curadoras dos debates e organizadoras de “Dicionário: Cem Fragmentos  Biográficos. História Das Mulheres Negras em Trajetórias”, obra que desde 2019 vêm  construindo de forma colaborativa com uma rede de pesquisadoras espalhadas por vários  estados e resultaram no mapeamento de 100 mulheres negras cruciais e fundamentais  para a formação do Brasil. Poderiam ter chegado a mais. 

Quando iniciaram o projeto, no entanto, as duas pesquisadoras temiam que fosse difícil  chegar a 100 nomes de mulheres negras que tivessem tido papel de protagonismo artístico,  científico ou social no país. “Mas à medida que nossa pesquisa avançava não apenas as  encontramos com facilidade, como nossa meta foi ultrapassada com folga”, explica Thais  Alves. “Foram muitas as mulheres que não se enquadraram no padrão hegemônico de  ‘bela, recatada e do lar’, que tinham um forte papel público, organizadas coletivamente em  várias frentes.” 

O ciclo “Mulheres Negras – Uma história que nos negaram” dará visibilidade ao saber e  à trajetória de personalidades dos sete estados que participarão do Slam Esperança, com  poetas da rede pública de ensino médio. Cada debate envolverá duas mulheres de cada  um desses estados, como as Congadeiras de Goiás e a poeta Leodegária de Jesus,  contemporânea de Cora Coralina e que não obteve o mesmo reconhecimento. O debate do Rio de Janeiro terá como tema a historiadora Beatriz Nascimento e as Mães Beata de  Iemanjá e Celina, duas importantes lideranças religiosas. Já a pesquisadora do Espírito  Santo resgatou a história de Zacimba Gaba, princesa africana escravizada no Brasil.  Também serão debatidas mulheres que ajudaram a manter tradições populares quase  esquecidas, como as Congadeiras de Goiás e as Rosalinas do Piauí… Essas e outras  mulheres de nosso passado serão apresentadas por mulheres do presente, que se  conectaram através da oralidade, da literatura, da religião, da cultura e mandaram avisar:  nossas ancestrais têm nome e sobrenome.  

“Temos muito a dizer pautados nos passos dos pretos que imprimiram suas marcas na  política, na cultura, no ativismo, na música, na literatura e em tudo mais que fez do Brasil,  o Brasil que temos hoje”, afirma Dani Salles, porta-voz da FLUP. “O ciclo ‘Mulheres Negras  – Uma história que nos negaram’ de alguma maneira preenche esta lacuna ao amplificar  vozes femininas que, mais do que serem ouvidas, precisam ser reverenciadas. Ver as  biografias que trazem representatividade adentrar os espaços das escolas me enche de  esperança com o desejo de ver novas gerações inspiradas pelos nossos passos, que vêm  de longe.” 

Serão sete encontros com representantes de sete Estados da federação. As lives são  abertas ao público e também servirão de inspiração para os participantes do Slam Colegial  Esperança dentro do processo de formação que os incentiva a escrever mais sobre a vida  dessas mulheres.  

A FLUP, no âmbito da comemoração de 10 anos, realizará programações mensais. A Flup é apresentada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, secretaria municipal de  cultura. Tem o patrocínio da Ternium, Itaú, Globo, por meio da Lei Municipal de Incentivo  à Cultura – Lei do ISS. Apoio da Fundação Ford e do Instituto Ibirapitanga. Realização O Instituto. 

PROGRAMAÇÃO 

28 | Julho 

● CICLO “MULHERES NEGRAS” – Uma história que nos negaram >> 

19h30 às 21h – Youtube e Facebook da FLUP 

MESA 01 > GOIÁS

| Mediadora: THAIS ALVES | Autoras: TANIA FERREIRA e ROSINALDA SIMONI | Personagens: LEODEGÁRIA DE JESUS e as CONGADEIRAS DE GOIÁS 

29 | Julho 

• CICLO “MULHERES NEGRAS” – Uma história que nos negaram >> 

19h30 às 21h – Youtube e Facebook da FLUP 

MESA 02 > SÃO PAULO 

| Mediadora: ROSINALDA SIMONI | Autoras: VANIA MARIA e RENATA TAVARES |  Personagens: VANIA MARIA e CAROLINA DE JESUS 

30 | Julho 

• CICLO “MULHERES NEGRAS” – Uma história que nos negaram >> 

19h30 às 21h – Youtube e Facebook da FLUP 

MESA 03 > MINAS GERAIS 

| Mediadora: THAIS ALVES | Autoras: JHENIFER EMANUELY e LUCIANA DIAS |  Personagens: CONCEIÇÃO EVARISTO e LAUDELINA DE CAMPOS 

31 | Julho 

• CICLO “MULHERES NEGRAS” – Uma história que nos negaram >> 

15h às 16h30 – Youtube e Facebook da FLUP 

MESA 04 > RIO DE JANEIRO 

| Mediadora: ROSINALDA SIMONI | Autoras: JANIRA SODRÉ e SANDRA MONICA |  Personagens: BEATRIZ NASCIMENTO e MÃES BEATA DE IEMONJA e CELINA 

• CICLO “MULHERES NEGRAS” – Uma história que nos negaram >> 

17h às 18h30 – Youtube e Facebook da FLUP 

MESA 05 > CEARÁ 

| Mediadora: THAIS ALVES MARINHO | Autoras: JOANICE CONCEIÇÃO e FRANCISCA  TAINARA EUGENIO DA SILVA | Personagens: MÃE OBASSI e MARIA DO SOCORRO  EUGENIO DA SILVA

01 | Agosto 

• CICLO “MULHERES NEGRAS” – Uma história que nos negaram >> 

15h às 16h30 – Youtube e Facebook da FLUP 

MESA 06 > PIAUÍ 

| Mediadora: THAIS ALVES MARINHO | Autoras: IRANEIDE SOARES, SUZANA  HIROOKA e GLAUCIA THAIS PECLAT | Personagens: FRANCISCA DAS CHAGAS  TRINDADE e AS ROSALINAS DO PIAUÍ 

• CICLO “MULHERES NEGRAS” – Uma história que nos negaram >> 

17h às 18h30 – Youtube e Facebook da FLUP 

MESA 07 > ESPÍRITO SANTO 

| Mediadora: ROSINALDA SIMONI | Autoras: JUREMA OLIVEIRA e SACHA FAUSTINO |  Personagens: ZACIMBA GABA e ALDYR FERNANDES 

SERVIÇO  

Ciclo “Mulheres Negras – Uma história que nos negaram” 

Flup RJ – YouTube  

Facebook.com/FlupRJ 

www.flup.net.br  

+ sobre o tema

Como a mulher deve responder a ataques machistas, como os de Silvio Santos

Depois do bafafá envolvendo Silvio Santos e Claudia Leitte...

Brasil sem crise dificulta casamento gay

Autor do livro "Guia Prático do Casamento entre Pessoas...

para lembrar

O machismo carinhoso

Quando o eurodeputado polaco Janusz Korwin-Mikkle afirmou aos gritos,...

Presidente do Parlamento da Nova Zelândia lidera sessão enquanto embala e dá mamadeira a bebê

Parlamentar que acaba de voltar da licença-paternidade levou o...

Museu da Pessoa apresenta: Silvana Bahia

Silvana Bahia conta na exposição Vidas Femininas do Museu...
spot_imgspot_img

Pesquisa revela como racismo e transfobia afetam população trans negra

Uma pesquisa inovadora do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), intitulada "Travestilidades Negras", lança, nesta sexta-feira, 7/2, luz sobre as...

Aos 90 anos, Lélia Gonzalez se mantém viva enquanto militante e intelectual

Ainda me lembro do dia em que vi Lélia Gonzalez pela primeira vez. Foi em 1988, na sede do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), órgão...

Legado de Lélia Gonzalez é tema de debates e mostra no CCBB-RJ

A atriz Zezé Motta nunca mais se esqueceu da primeira frase da filósofa e antropóloga Lélia Gonzalez, na aula inaugural de um curso sobre...
-+=