Neste mês de novembro o Circuito Popular de Cinema e Vídeo comemora o mês da cultura negra, recebendo filmes da mostra itinerante do 3º BAFF – Bahia Afro Film Festival.
Serão exibidos oito programas, constando um curta e um longa-metragem em cada. Confira as sinopses dos filmes na lista abaixo:
Curtas:
“Black Berlim”, Sabrina Fidalgo
Nelson é um jovem baiano estudante de engenharia em uma renomada universidade em Berlim. Na capital da Alemanha, Nelson leva uma vida hedonista, muito distante de suas verdadeiras raízes. Porém ,tudo muda quando ele, frequentemente, passa a encontrar Maria, uma imigrante ilegal do Senegal. Apesar de ignorá-la, ele começa a ter visões de personagens estereotipados que o remetem a um passado que ele preferiria esquecer.
“Passagens estreitas”, Kelson Frost
Um homem tem a sua frente o primeiro dia de liberdade. Após o cárcere, e como escravo negro e marginalizado, não sabe como lidar com a nova realidade, pois não entende a euforia. Sente-se sozinho com o tempo perdido dentro dos muros, e sua maior alegria surge no momento da morte.
“Graffiti”, Lílian Santiago
São Paulo é a cidade mais grafitada do mundo. O documentário “Grafitti” acompanha o rolê solitário de Alê, em uma das semanas mais sinistras que São Paulo já viveu: dos ataques do PCC à violenta revanche da polícia em 2006. E o que move a enfrentar as ruas nessa noite.
“Mandinga in Colômbia”, Lázaro Faria
Em novembro de 2008, dois brasileiros, um mestre de capoeira e um realizador cinematográfico, percorrem a Colômbia (Bogotá, Cartagena de Las Índias, Santa Marta, Malagana, Palanke de San Basílio Calli Buenaventura), onde registram o encontro de capeira com as tradições afro-colombianas.
“Nego”, Sávio Leite e Marko Ajdaric
Uma homenagem ao baiano Theodoro Sampaio, o intelectual negro mais fecundo que o Brasil conheceu. Utiliza os quadrinhos como aporte visual e dramático, com destaque para a especial trilha sonora.
“Reverso”, Francisco Colombo
O que diferencia os indivíduos e a capacidade de resolver determinados atos.
“Rio de Mulheres”, Cristina Maure e Joana Oliveira
Um documentário sobre a rotina de mulheres que vivem somente entre crianças e outras mulheres, em um ambiente muito seco e onde a água é escassa. Comunidades rurais remanescentes de quilombos, em uma região árida de Minas Gerais. Seus maridos, filhos e netos, maiores de 16 anos, passam a maior parte do ano trabalhando na coleta de cana em São Paulo. As mulheres cuidam da casa, crianças, adolescentes e idosos da família, em uma condição extrema de seca. O filme mostra a graça e a poesia do dia a dia das mulheres: a rotina da casa, a relação das crianças com o lugar, o cozinhar no forno e o fogão de lenha, a chegada do caminhão pipa, a lavagem de roupa no rio e os momentos de lazer no forró feminino, na feira etc.
“Reconvexo”, Volney Menezes e Johny Guimarães
Resultado de uma oficina de vídeo no Recôncavo da Bahia, o documentário trata da rivalidade entre os moradores das cidades da Cachoeira e São Felix, municípios separados geograficamente pelo rio Paraguaçu, e unidos pela Ponte D. Pedro II.
Longas:
“Atabaque Nzinga”, Octávio Bezerra
É um documentário musical sobre a cultura afro-brasileira, cuja estrutura narrativa se traduz por um jogo de búzios, no qual a protagonista chega atraída pelo “chamado do tambor” em busca do autoconhecimento. Viajando pela estrada da percussão nas locações de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, a protagonista conhece diferentes ritmos, grupos musicais e coreógrafos, procurando e encontrando sua integração na sociedade brasileira.
“Batatinha, poeta do som”, Marcelo Rabelo
Um dos mais importantes sambistas do Brasil, o baiano Oscar da Penha, carinhosamente conhecido por Batatinha, é visto aqui sob a perspectiva de seus nove filhos. São eles que vão atrás das memórias do pai, investigam sua vida, história e obra, e se encontram com familiares, amigos e músicos. Ao mesmo tempo em que reúnem fragmentos que revelam a história do pai, acabam conhecendo mais sobre ele, estabelecendo também elos fraternais importantes entre a própria família.
“Trilogia do reggae”, Volney Menezes e Johny Guimarães
O filme conta um pouco a trajetória artística de Jorge de Angélica, Dionorina e Gilsam, três reggaemen feirenses que consolidam seu universo musical de matriz africana. Apresenta gravações em bares, ruas, residências e espaços de show. Mostra como os ritmos africanos influenciaram e influenciam o reggae. Trata das manifestações do Candomblé, cerne de questões da militância ideológica e de pertencimento contidas nas composições apresentadas, e que são frutos das vivências de enfrentamento de uma realidade adversa nas periferias das cidades grandes.
“Gisele Omindarewa”, Sueli Nascimento
Francesa de nascimento. Africana por afinidade. Brasileira por destino. Essa é a vida de Gisele Cossad, posteriormente Gisele Cossad Omindarewa, mãe de santo francesa que vive há muitos anos na baixada Fluminense. O documentário procura reconstruir a trajetória de Gisele através das lembranças de sua infância e juventude, num dos bairros nobres da região parisiense, até sua vinda ao Brasil.
“Cinderela, lobos e um príncipe encantado”, Joel Zito Araújo
Viajando pelo nordeste brasileiro e pela Europa (Itália e Alemanha), diretor discute o sonho de cinderela de várias mulheres brasileiras que buscam encontrar um marido europeu. Muitas migram e se tornam dançarinas em apresentações de ritmos ligados ao Brasil. Sem estudo ou formação profissional, outras se transformam em prostitutas. Somente uma minoria consegue criar o seu final feliz.
“Cantador de Chula”, Marcelo Rabelo
O samba de roda foi declarado como patrimônio imaterial brasileiro pelo IPHAN, em 2004, e como patrimônio cultural e imaterial da humanidade pela UNESCO, em 2005, fortalecendo o reconhecimento da arte matriz africana que durante séculos tem sido reprimida e menosprezada. O Cantador de Chula é mais uma pedra na reconstrução do mosaico que representa a trajetória dos descendentes africanos no Brasil.
“Benguelê”, Helena Martinho da Rocha
Traça um panorama das origens negras da cultura brasileira. Em especial, da influência musical. Para isto, percorre caminhos como o da criação do samba, homenageando, entre outros, Clementina de Jesus. A mesma, em 1964, cantou a música “Benguelê”, criada por Pixinguinha e Gastão Viana em 1946. Sinônimo também de “saudades de Benguela”, porto angolano de onde saíram os escravos trazidos ao Brasil.
“Deusa do ébano – Rainha do Ilê Ayê”, Carolina Moraes-Liu
O documentário segue três jovens competindo no evento anual em que o Ilê Ayê escolhe a sua rainha do carnaval usando “conceitos afro-cêntricos” de beleza. O filme conta com a participação da ex-secretária da reparação racial Arany Santana, e do presidente do bloco afro Ilê Ayê, Antônio Carlos “Vovô”.
O Circuito Popular de Cinema e Vídeo é um evento gratuito, e é exibido nos seguintes Espaços:
Interior
Casa de Cultura de Mutuípe
Centro Cultural Amélio Amorim
Centro de Cultura ACM (Jequié)
Centro de Cultura Adonias Filho (Itabuna)
Centro de Cultura de Alagoinhas
Centro de Cultura de Guanambi
Centro de Cultura João Gilberto (Juazeiro)
Centro de Cultura de Lauro de Freitas
Centro de Cultura de Porto Seguro
Centro de Cultura Olívia Barradas (Valença)
Teatro Dona Canô (Santo Amaro)
Salvador e Região Metropolitana
Casa da Música
Centro Cultural Plataforma
Cine-Teatro Solar Boa Vista
Espaço Cultural Alagados
Fonte: Circuito Popular do Cinema