Com verba cortada, universidades federais não pagarão neste mês bolsas e auxílio que sustenta alunos pobres

Enviado por / FontePor Bruno Alfano, do Extra

Diferentes universidades federais têm anunciado nos últimos dias que, após os cortes realizados pelo governo federal na última sexta-feira, não terão dinheiro para pagar a bolsa permanência em dezembro. Esse é o auxílio que garante alunos pobres de cursarem o ensino superior.

De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o corte realizado na última sexta-feira pelo ministério de Paulo Guedes é de R$ 431 milhões.

Com isso, a Universidade de Brasília (UnB) informou que encontra-se sem dinheiro para realizar pagamentos em dezembro. “Não há recursos para pagar auxílio estudantil, contratos do Restaurante Universitário, da segurança, de manutenção, de limpeza e todas as demais despesas previstas para o mês, incluindo projetos de pesquisadores”, informou.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) afirmou que todos os pagamentos estão inviabilizados, inclusive “bolsas de assistência estudantil, como auxílio permanência, material didático e alimentação e todo o conjunto de assistências fornecidas pela UFRJ, além de todas as bolsas acadêmicas, como bolsas de extensão, de monitoria e de iniciação científica”.

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) também informou, nesta segunda-feira, que não tem como pagar bolsas, auxílios e fornecedores depois que o governo federal fez mais um bloqueio de verba, na semana passada. A instituição teve mais de R$ 850 mil bloqueados. Segundo a reitoria, o governo federal não liberou recursos para que a universidade possa efetuar o pagamento de suas despesas empenhadas, dentre elas as bolsas dos programas de assistência e permanência estudantil.

Já a Universidade Federal do ABC (UFABC) informou que “de forma estarrecida” comunica que as medidas do Governo Federal culminaram na inviabilidade imediata do cumprimento dos pagamentos de bolsas e serviços nas instituições de ensino superior do Brasil. “Desse modo, neste mês de dezembro, mantidas as medidas, a UFABC não conseguirá pagar nenhuma das modalidades de bolsas e auxílios estudantis vigentes e nenhum dos serviços da Universidade já executados no mês de novembro (limpeza, segurança, fretado, energia elétrica, água, etc.)”, divulgou, em nota.

O Ministério da Economia informou na última sexta-feira que o Ministério da Educação teve R$ 1,36 bilhão bloqueados. A decisão foi tomada horas após o Ministério da Educação desistir de congelar R$ 366 milhões das contas das universidades e dos institutos federais.

Desde o início do ano, segundo a Economia, o MEC acumula R$ 2,368 bilhões em bloqueios. Em nota, a Economia diz que o montante bloqueado ainda pode ser reavaliado, mas não dá perspectivas concretas e diz que todo o MEC tem R$ 411,6 milhões em caixa.

+ sobre o tema

Matrículas das universidades federais caem pela primeira vez desde 1990

George Monteiro, de 20 anos, já tinha encaminhada sua...

Enem 2023 será aplicado em 5 e 12 de novembro; veja datas de inscrição

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 será aplicado em...

MEC publica portaria que suspende cronograma do novo ensino médio por 60 dias

O MEC (Ministério da Educação) publicou na madrugada desta quarta-feira (5),...

para lembrar

Sudão assina acordo de paz com grupo rebelde de Darfur

  O governo do Sudão e um grupo rebelde da...

África do Sul: Aumento de suicídios preocupa a sociedade

As estatísticas sobre o suicídio na África do...

África do Sul: Diretora do FMI saúda ‘o impressionante’ desempenho económico do país

 A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde,...
spot_imgspot_img

Unilab, universidade pública mais preta do Brasil, pede ajuda e atenção

A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) surgiu com a proposta de fazer a integração de alunos de países africanos de língua...

Cotas, sozinhas, não acabam com a desigualdade

Há uma demanda crescente para que as universidades de alto prestígio (ou de elite) aumentem a diversidade étnico-racial e socioeconômica de seus alunos. Nessa...

‘Gosto de pensar que eu, mulher preta, sou a cara da UFRB’

Demorou quatro anos para a comunidade da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia ver seu desejo reconhecido. No início deste mês, o presidente Luiz...
-+=