Como Ava DuVernay está abrindo porta para outras mulheres negras

A primeira diretora negra a sair vitoriosa de várias premiações do cinema explica como seu trabalho ajuda o movimento negro.

Por Elaine Guerini, da Elle

(Dia Dipasupil/Getty Images)

Como garota negra, Ava DuVernay nunca se sentiu representada na indústria do entretenimento nos anos 1980, quando ela crescia em Compton, área de baixa renda de Los Angeles. “Eu simplesmente não me via. Nem nas animações de princesas da Disney nem nas séries de TV”, conta à ELLE a diretora, roteirista e produtora de 45 anos. “Tudo o que faço hoje é para garantir que as meninas da nova geração se sintam incluídas”, diz a californiana, a primeira mulher negra a gritar “ação!” numa superprodução hollywoodiana: o filme Uma Dobra no Tempo, orçado em mais de 100 milhões de dólares.

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Inspirado no livro homônimo de ficção científica da escritora norte-americanaMadeleine L’Engle, se não fosse pela diretora o longa provavelmente traria uma maioria de atores brancos – como é ainda comum nesse tipo de produção. Mas Ava não perderia a chance de “sacudir as coisas”, escalando Storm Reid (de 12 Anos de Escravidão) para interpretar Meg Murry, a menina de 14 anos que sai em busca do pai cientista, desaparecido após se aventurar por outras dimensões.

“Mal pude acreditar quando a ideia de misturar as raças foi aceita pela Disney”, afirma Ava, que trouxe também Oprah Winfrey para o elenco. “Por seu ativismo, Oprah merecia o papel da senhora Qual, considerada o ser mais sábio do universo.” Sempre defendendo o empoderamento negro e a suarepresentatividade na mídia, Ava ficou conhecida por várias conquistas. No ano passado, ela foi a primeira negra a ser indicada ao Oscar de melhor documentário, com 13th, em que analisou o sistema prisional nos Estados Unidos, focando a desigualdade racial – como não poderia deixar de ser.

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