O incidente causou comoção no país e evocou a violência do apartheid
Pelo menos 36 pessoas morreram na quinta-feira (16) depois que a polícia sul-africana abriu fogo contra mineiros em greve na mina de platina Marikana, no noroeste da África do Sul, afirmou nesta sexta-feira (17) o secretário-geral do influente sindicato de mineiros NUM.
“O número que temos de ontem [quinta-feira] é de 36 mortos”, disse o líder sindical Frans Baleni a uma rádio local.
Pouco antes, o ministro da Polícia, Nathi Mthethwa, havia admitido que havia mais de 30 mortos e muitos feridos.
Mthethwa declarou que que a polícia “fez tudo o que pôde, mas os mineiros disseram que não deixariam o local e que estavam dispostos a lutar”. Os mineiros estavam armados com machetes e paus.
O incidente causou comoção na África do Sul e evocou a violência do apartheid.
Em comunicado oficial, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, se declarou “comovido e consternado por esta violência sem sentido”.
— Acreditamos que há espaço suficiente em nossa ordem democrática para resolver qualquer disputa mediante o diálogo, sem violência e sem descumprir a lei.
Os distúrbios nesta mina começaram na sexta-feira passada e, antes da tragédia desta quinta, já haviam falecido dez pessoas em incidentes violentos entre os próprios manifestantes e em confrontos dos mineiros com as forças de segurança. O conflito começou pela disputa entre dois sindicatos rivais, a majoritária Associação de Trabalhadores da Mineração e Construção (AMCU) e a União Nacional de Mineiros (NUM), iniciada há uma semana, logo após a declaração de uma greve.
A polícia desdobrou desde então um amplo dispositivo para conter os manifestantes, que a imprensa sul-africana calculou em cerca de três mil pessoas.
Fonte: R7