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    A saúde mental de trabalhadoras após um ano de pandemia

    Polícia Civil do Rio de Janeiro resgatou idosa em condição análoga à escravidão nesta semana | Foto: Divulgação/Imagem retirada do site Sul 21

    Na pandemia, aumentam denúncias de empregadas domésticas mantidas em cárcere privado

    Imagem: POLONEZ/SHUTTERSTOCK

    Mulheres de favelas sofrem com dificuldade de acesso a programas contra violência doméstica

    Decretos que facilitam acesso à armas de fogo são vetados por ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber Foto: arte de André Mello

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    Foto: Editoria de Arte/G1

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    Mulheres na corda-bamba. / LUSMORE DAUDALUSMORE DAUDA

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    "Mulheres aprendem que não são responsáveis só pelos próprios sentimentos, mas também pelo dos outros" (Foto: Getty Images)

    Por que nós, mulheres, estamos sempre pedindo desculpas? 

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      Vacinação completou dois meses em São Paulo | Magno Borges/Agência Mural

      São Paulo vacinou 3 vezes mais pessoas identificadas como brancas do que negras

      Atila Roque (Foto: Reprodução Fopir/Youtube)

      Setor privado tem oportunidade histórica para romper pacto racista

      Concurso visa à propagação do debate contra todas as formas de discriminação (Foto: Michelle Tantussi/Efe)

      Enajun seleciona artigos sobre questão racial e antidiscriminatória

      (Foto: @ Artsy Solomon/ Nappy)

      Eu e a Outra: experiências de racismo, sexismo e xenofobia

      Usain Bolt (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

      Blog usa foto de Usain Bolt para notícia de roubo e reafirma racismo sistêmico do Brasil

      Foto: @pixabay/ Nappy

      E as nossas crianças negrxs da periferia?

      Luana Barbosa dos Reis morreu após abordagem da PM em Ribeirão Preto (Foto: Reprodução/EPTV)

      Negra, lésbica, periférica: morte de Luana Barbosa faz 5 anos sem resolução

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      Ivanir Dos Santos (Foto: Arquivo Pessoal)

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      Bandeira do orgulho trans hasteada em São Francisco, nos Estados Unidos. Foto: Flickr (CC)/torbakhopper

      Brasil segue no topo de ranking de assassinatos de pessoas trans no mundo

      Maíra Vida: Advogada, Professora, Conselheira Estadual da OAB BA e Presidenta da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa (Foto: Angelino de Jesus)

      Do crente ao ateu, não faltam explicações para o racismo religioso no Brasil

      Foto: Deldebbio

      Prefeito de Duque de Caxias é investigado por intolerância religiosa a crenças de matriz africana

      FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

      Após ser alvo de ataques transfóbicos e racistas, Érika Hilton irá processar 50 pessoas

      A parlamentar Laetitia Avia propôs a nova nova lei, enquanto o primeiro-ministro Jean Castex foi ridicularizado por seu sotaque (GETTY IMAGES)

      Por que a França pode criminalizar a discriminação pelo sotaque

      Adolescente de 16 anos foi espancada pelo pai por ser lésbica, na Bahia — Foto: Divulgação/Polícia Civi

      Adolescente é espancada pelo pai na BA e relata que motivo é ela ser lésbica; avó da vítima denunciou homem à polícia

      (Jonathan Alcorn/AFP/)

      Painel trata combate ao racismo como exercício de cidadania e justiça

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        Cia. do Despejo faz crítica à necropolítica brasileira na videoarte online ‘IRETI’, inspirada na mitologia Iorubá

        O escritor Ousman Umar - Foto: Cadena Ser

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        Itaú Cultural celebra as primeiras 50 exposições da série Ocupação em publicação com textos de artistas contemporâneos sobre homenageados

        Historiadores vêm tentando resgatar a trajetória de pessoas negras escravizadas na época colonial a partir de um amplo leque de documentos da época (Getty Images)

        A luta de um homem negro pela liberdade entre Caribe, Brasil, África e Europa

        Milton Nascimento é tema de longa-metragem que será realizado pela produtora Gullane — Foto: Instagram/Reprodução

        Milton Nascimento anuncia que será produzido filme sobre trajetória dele

        Celeste (Foto: Sergione Infuso/Corbis/Getty)

        7 canções para conhecer Celeste, indicada ao Oscar 2021 por “Hear My Voice,” [LISTA]

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              Conheça a festa afro-venezuelana de São João, uma das mais populares no país

              28/06/2019
              em Afro-latinos e Caribenhos, Patrimônio Cultural
              Tempo de leitura: 6 mins read
              A A

              Na comunidade La Vega, periferia de Caracas, a festa de São João Batista vara a madrugada ao som de tambores tradicionais / Foto: Michele de Mello

              Na comunidade La Vega, periferia de Caracas, a festa de São João Batista vara a madrugada ao som de tambores tradicionais / Foto: Michele de Mello

              Governo de Nicolás Maduro defenderá que evento seja reconhecido como patrimônio imaterial pela Unesco

              Por Michele de Mello, do  Brasil de Fato

              Na comunidade La Vega, periferia de Caracas, a festa de São João Batista vara a madrugada ao som de tambores tradicionais / Foto: Michele de Mello

              Na Venezuela, dia de São João não é uma data qualquer. Milhares de pessoas se mobilizam para celebrar o aniversário do pregador, que depois de Jesus Cristo, é o único santo que se comemora o nascimento, no 24 de junho.

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              As festividades começam na véspera, dia 23, com um missa que termina à meia noite. Com tambores, cantos e muita dança, os fiéis festejam o aniversário do santo madrugada adentro. Já nas primeiras horas do dia 24, são organizadas procissões com oferendas como forma de pedido e agradecimento das promessas alcançadas.

              No litoral venezuelano, onde as festas são mais famosas, depois de ser carregado pela praia pelos seus seguidores, São João é levado por barcos para navegar no mar.

              Já em Caracas, onde as festividades se concentram nos bairros periféricos, os crentes passam toda a noite carregando a imagem do santo, enquanto dançam, bebem, pulam e oram. Toda a estrutura é organizada por confrarias de festeiros de São João Batista. Só na capital existem 37 grupos organizados. São eles que guardam o santo, adornam o ambiente para a festa, tocam tambores e mantem a tradição viva.

               

              “É um encontro espiritual, uma renovação da alma e é por isso que nossa Câmara Municipal não quer que essa tradição se perca em Caracas. Queremos que todos saibam o que é o São João e por que o celebramos”, afirma a vice-presidente da Câmara Municipal do município Libertador, na grande Caracas, Yazmin Chacare Rivas, durante uma homenagem pública em que foram entregues diplomas de mérito a 56 membros de confrarias caraquenhas e dos estados costeiros Miranda, Aragua, Vargas e Carabobo.

              A festa popular é tão famosa, que nesse ano, o Ministro de Cultura Ernesto Villegas assegurou que o governo bolivariano irá defender o reconhecimento da celebração como patrimônio imaterial da Unesco.

              Uma celebração que mistura elementos do catolicismo com candomblé e tem sua história marcada pela imposição dos católicos espanhóis e pela luta do povo negro contra a escravidão.

              Ministro de Cultura Ernesto Villegas e vereadora Yazmin Rivas no evento de reconhecimento do dia da rebeldia espiritual de Caracas, 22 de junho, praça Bolívar, centro da capital (Foto: Michele de Mello)

              Sincretismo histórico

              Para manter seu culto a Xangô, no século XVIII, os escravos fingiam adorar São João Batista durante as festas da Coroa espanhola. Como forma de impor a religião católica, as oligarquias permitiam que os escravizados celebrassem o aniversário de São João. Enquanto os senhores da Casa Grande celebravam o profeta cristão, na senzala, os afro-venezuelanos rendiam homenagens ao seu orixá.

              Na Venezuela, a maior parte das pessoas convertidas em escravos foram trazidas de Cabo Verde, Guiné e Costa do Marfim. A escravidão foi permitida no país de 1526 até 1800.

              Com o passar dos anos, o encontro religioso, serviu como forma de organização da população negra pela sua liberdade.

              “A maioria deles pertencia às cumbes, que são os quilombos no Brasil, eles foram responsáveis por organizar as primeiras redes de cimarrones ou quilombolas, em toda a região central do país, a partir da celebração de São João Batista. Eles usaram a religiosidade como uma forma de rebelião espiritual, como hoje em dia, no Brasil, os terreiros se levantam contra Bolsonaro, um governo racista, machista sexista”, explica Jesús “Chucho” García, membro da Confraria de São João Batista de Barlovento, uma das mais conhecidas da Venezuela.

              Dia da Rebelião Religiosa

              No dia 22 de junho de 1749, aconteceu a primeira rebelião de escravos negros pela liberdade religiosa. Durante as procissões de São João, centenas de negros escravizados ocuparam a catedral de Caracas com seus tambores de Xangô. A partir dessa data, os principais líderes quilombolas conseguiram aumentar a resistência à Coroa.

              Por isso, este ano, a data passou a ser reconhecida pelo Câmara de Vereadores da capital como o Dia de Rebelião Espiritual de Caracas. “Foi uma rebelião social e cultural. Daí, pela transmissão oral, surgiram e existem até hoje as confrarias de parrandeiros (como são chamados os festeiros)”, afirma o historiador da comissão de cultura e patrimônio histórico do Conselho Municipal, Argenis Quintero.

              A medida adotada a nível municipal atende uma política nacional do governo bolivariano. “É uma herança histórica reconhecida pela revolução. Nosso presidente lançou um plano de ofensiva cultural. Com ele, queremos reconhecer os direitos dos trabalhadores da cultura no nosso país. Estamos tratando de municipalizar essas políticas propostas pelo presidente Nicolás Maduro”, confirma a vereadora Yazmin Chacare Rivas.

              A proposta é aliar a cultura à organização popular, “mostrando que a espiritualidade pode ser utilizada como arma de transformação social”, afirma García.

              Imagem de São João é adornada com flores e cores que o representam – vermelho e branco (Foto: Michele de Mello)

              Organização e resistência

              As confrarias mantêm algumas características da época em que foram criadas. Entre elas está o secretismo nas suas decisões internas, que durante a Colônia era fundamental para se manterem vivos, mas também está um pacto de solidariedade.

              Segundo Willians Ochoa, custódio de São João da Confraria de Parrandeiros de La Vega, todos aqueles que queiram fazer parte devem passar por um ano de provas. Se, ao final do período, o postulante souber dançar e cantar as músicas tradicionais, tocar os instrumentos e teve uma boa conduta, poderá ser aceito no grupo.

              A rigidez, no entanto, não afasta as pessoas. A Confraria de La Vega tem 80 membros e é a maior e mais antiga de Caracas, com 47 anos de história. Agora, planeja criar uma setorial juvenil e outra infantil, para adolescentes e crianças.

              As confrarias são compostas por um capitão que é o líder do grupo, responsável por guiar a celebração e organizar o rito religioso, logo em seguida vem o segundo capitão, que seria uma espécie de vice-presidente – atua na falta do primeiro. O terceiro capitão é encarregado por coordenar os tambores e por receber o público. Ainda existe um custódio, que é quem protege a figura de São João durante todo o ano. Os demais se dividem em comissões de finanças, de propaganda, entre outras, dependendo de cada estrutura.

              Ochoa conta que, apesar de ter familiares no estado Aragua, onde tradicionalmente se cultua a São João e Xangô, ele aprendeu mais sobre a história da divindade estudando livros de teologia. “Então me encontrei com um santo que denunciava as injustiças, que lutava por igualdade e foi isso que me atrapou”, conta.

              Duas representações, a mesma fé

              De acordo com a bibliografia cristã, São João Batista foi profeta e precursor de Jesus Cristo. Era filho de Zacarias, um sacerdote de Jerusalém, e de Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Aqueles que confessavam seus pecados eram lavados por ele no rio Jordão, na cerimônia do batismo – um dos batizados foi Jesus.

              Já Xangô é o orixá dos raios e do fogo, justiça e lealdade. É o espírito guerreiro das religiões de matriz africana. Em suas celebrações, veste-se vermelho e branco, assim como nas festas venezuelanas de São João.

              “É o santo que representa a liberdade, espiritualidade, rebelião, fé, união e é tudo isso que celebramos”, afirma Wilfredo Mendoza, da Confraria do Morro da Urdaneta, na região central de Caracas.

              Mas nem sempre o culto ao santo justiceiro foi defendido na Venezuela. Segundo Arturo Rodríguez, membro da Confraria Folclóricos da Pátria Boa, da favela 23 de Enero, no passado, os parrandeiros eram reprimidos pelo Estado.

              Na ponta esquerda, Jesús García, na ponta direita, Arturo Rodríguez e outros parrandeiros de Sao Joao Batista (Foto: Michele de Mello)

              “Há que entender que a cultura popular também sempre está carregada de um componente reivindicatório, por isso que nos governos da chamada Quarta República [1958 – 1998] mais que nos invisibilizar, nos perseguiam, porque representava uma organização e isso era algo a se temer. De aí que esse processo revolucionário tem visibilizado. O importante é que sempre existimos, no passado, como agora, mantemos nossas reivindicações”, conta.

              Hoje, com incentivo e reconhecimento, a festa se multiplica e além de celebrar dia 24 de junho, muitas confrarias organizam encontros de celebração de São João durante todo o mês de junho e julho.

              Em diferentes lugares do país, com características mais católicas e outras mais próximas às religiosidades de matriz africana, a sua maneira, os venezuelanos constroem o que chamam religiosidade popular.

              “A religiosidade popular tem a ver com compartilhar, com nos encontrarmos, de contrair fé juntos e é isso que fazemos”, finaliza o parrandeiro Willians Ochoa.

               

               

              Tags: afro-latinos e suas lutasafro-venezuelanosPatrimônio Cultural
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              • O Itaú Cultural lança, em seu site www.itaucultural.org.br, a publicação Ocupação Itaú Cultural 50 – uma celebração, que comemora a marca de 50 exposições, alcançada em dezembro de 2020, desta série realizada pela organização desde 2009. Saiba mais em www.geledes.org.br
              • A designer Taís Nascimento faz uma análise de sobre a importância de mulheres negras ocuparem o mercado tecnologico Confira um trecho:"A imagem da mulher negra não está associada à imagem do sucesso profissional, das profissões mais bem remuneradas e ainda mais longe está das ciências e da tecnologia. Dito isto, entendo que antes de pensar nós mulheres negras enquanto trabalhadoras da tecnologia é importante refletir sobre nós mulheres negras na sociedade..." Leia o artigo completo em: www.geledes.org.br A seção Coletiva Negras que Movem (@negrasquemovem), traz artigos de integrantes do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco, do Fundo Baobá (@fundobaoba).
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              • Conheça a parceria para auxiliar mulheres negras. Os cursos são para quem quer se desenvolver profissionalmente, e àquelas que estão desempregadas e precisam se reinventar. Acesse www.geledes.org.br para saber mais
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