Conheça os vencedores do Prêmio Abdias Nascimento

Em cerimônia no Teatro Oi Casa Grande, foram conhecidos na última segunda-feira (11), no Rio de Janeiro, os vencedores do 3º Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento, organizado pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. O concurso distribuiu R$ 35 mil e revelou, em sete categorias, reportagens que tornaram visíveis o racismo no Brasil e formas de enfrentar o problema, que trava o desenvolvimento socioeconômico do país.

Durante o evento, o UNIC-Rio, órgão das Nações Unidas (ONU), antecipou que será lançada no Brasil uma campanha  para que os Estados-membros das Nações Unidas aprovem a Década Internacional de Afrodescendentes*. O evento será realizado dia 20 de novembro, também no Teatro Oi Casa Grande.

Entre os grandes premiados da noite, venceu a categoria Internet o jornalista Ed Wanderley, do jornal Diário de Pernambuco (PE), com o trabalho Infância devolvidas. “A realidade dessas crianças não é fácil, muitas são devolvidas porque são mais ‘escuras’ do que as famílias gostariam”, revelou o jornalista, sobre os bastidores da reportagem.

Na mesma categoria, recebeu menção honrosa a jornalista Lena Azevedo, com a série Jovens negros na mira de grupos de extermínio na Bahia, da Agência Pública (SP). Ao subir ao palco, Lena comemorou o reconhecimento e confessou que o trabalho era um projeto antigo “para dar visibilidade ao extremo do racismo em nossa sociedade”.

Para a coordenadora desta terceira edição do Prêmio e da Cojira-Rio, Sandra Martins, as matérias vencedoras sinalizam para o amadurecimento da imprensa brasileira em relação à igualdade racial. “Observamos, além da excelência profissional, uma clara compreensão da questão racial e também um compromisso dos jornalistas com os direitos humanos”, declarou.

Do jornal A Tarde (BA), saíram as vencedoras da categoria Mídia Impressa. A jornalista Cleidiana Ramos e equipe levaram o prêmio pelo caderno especial Os homens que chamam os deuses para terraO trabalho fala sobre os sacerdotes músicos de comunidades religiosas de matriz africana, para quem as vencedoras dedicaram o Prêmio.

Categoria Especial

O Abdias Nascimento também valorizou reportagens que discutiram o papel da mulher negra na sociedade. A vencedora da categoria Especial de Gênero Jornalista Antonieta de Barros foi a jornalista Vanessa Bugre, da Rádio UFMG Educativa, com a reportagem Pele escura, morte invisível: a violência contra a juventude negra.

A vencedora da categoria Rádio foi a jornalista Neise Marçal e equipe, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, com a reportagem Quilombo de São José, a luta sem fim pela terra. A categoria Mídia Alternativa/Comunitária ficou com Débora Carmelita Junqueira e o trabalho Fora das capas de revista, da Revista Elas por Elas (MG).

Homenagens

Também foram homenageadas na cerimônia as jornalistas gaúchas Jeanice Ramos e Vera Daisy Barcellos, do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros, do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul. Elas foram precursoras ao discutir nos sindicatos da categoria formas de organizar jornalistas contra o racismo na imprensa e se tornaram referência.

Conheça os vencedores:

Mídia Impressa

Clediana Ramos, Meire Oliveira, Juracy dos Anjos, Camilla França, Maíra Azevedo e Ivana DoraliOs homens que chamam os deuses para terra , Jornal A Tarde-BA

Televisão

Wendell Rodrigues da SilvaParaíba Afro , TV Correio-PB

Rádio

Neise Marçal, Cláudio da Matta e Fábio Luiz,  , Rádio Nacional do Rio de Janeiro (EBC)

Mídia Alternativa ou Comunitária

Débora Carmelita Junqueira,> Fora das capas de revista , Revista Elas por Elas-MG

Internet

Ed Wanderley, Infâncias devolvidas , Diário de Pernambuco-PE

Menção honrosa: Lena AzevedoJovens negros na mira de grupos de extermínio na Bahia , Pública- Agência Pública de Jornalismo Investigativo-SP

Fotografia

Carlos MouraO Vingador? , Correio Braziliense-DF

Categoria Especial de Gênero Jornalista Antonieta de Barros

Vanessa BugrePele escura, morte invisível: a violência contra a juventude negra , Rádio UFMG Educativa-MG

 

Foto em destaque: Reprodução/ Mundo Negro

+ sobre o tema

Félix, Carrasco e cenas pedagógicas da novela das nove, por Cidinha da Silva

Na primeira cena, Niko, personagem gay, doce, honesto, ético,...

“Previsões furadas: deu caos na mídia”

Site "Muda Mais" questiona reportagens da grande mídia que...

Cinema Negro

Dias 06, 13, 20 e 27 de setembro, das...

Os filhos da mídia foram protestar na Paulista

Paulo Nogueira Os filhos da mídia foram neste sábado para...

para lembrar

Imprensa e Racismo

Maria Carolina Trevisan Foi em 1995, quando o então presidente...

O complexo de viralatas pode nos vacinar contra a raiva da mídia

Jura Passos Nem preciso dizer quantas coisas americanas são adoradas...

11 frases sobre o jornalismo brasileiro por Paulo Nogueira

11 frases sobre o jornalismo brasileiro Por Paulo Nogueira Do DCM 1)...

O Nobel que a mídia grande escondeu

Num país onde a ausência de um inédito Prêmio...
spot_imgspot_img

Geledés – Instituto da Mulher Negra abre novas turmas do Curso de Multimídia online e para todo Brasil 

O projeto de comunicação do Geledés – Instituto da Mulher Negra está abrindo novas turmas de formação em multimídia em parceria com o Zoom...

Brasil e EUA voltam a articular plano contra discriminação racial; veja como funciona o acordo entre os países

O Brasil e os Estados Unidos promoveram a primeira agenda entre congressistas e a sociedade civil desde a retomada do acordo de cooperação bilateral...

Portal Geledés recebe prêmio como imprensa negra brasileira

O que faz uma organização ser reconhecida como um canal de comunicação de destaque? Esta questão tem ocupado o pensamento da equipe do Portal...
-+=