Fonte: Companhia do Cinema –
Besouro – Da capoeira nasce um herói
Mesmo depois de dez anos da abolição dos escravos (1888) muitos negros ainda não sabiam se essa libertação havia, de fato, sido boa para eles. A maioria dos escravos não tinha preparo para trabalhar em outros serviços e muitos ainda se submetiam aos abusos impostos pelos senhores de engenho e coronéis.
Em um cenário cheio de lutas, vilipêndios e discriminações é que nasce Manoel Henrique Pereira, o Besouro, um capoeirista brilhante.
Depois da morte de seu mestre pelos capangas do Coronel, percebeu que seus dons deveriam ser usados para proteger seu povo, que estava acuado e oprimido.
Com a influência do espírito de seu mestre, ele se harmoniza com os orixás e com a natureza e vai descobrindo seus poderes mágicos, que o transformam em herói de seu povo.
O Besouro tinha um talento espetacular, foi apelidado de Besouro Mangangá, uma espécie que é conhecido por sua dolorosa ferroada. Durante o filme, é possível observar a destreza com que ele conduz seus passos de capoeira e foge dos senhores que querem sua morte.
Besouro tornou-se um mito, um símbolo da luta pelo reconhecimento da cultura negra no Brasil, e com certeza deve ser lembrado até hoje. Em uma época cheia de ódio e preconceitos, Besouro teve a percepção da importância de lutarmos por nossos ideais de igualdade, solidariedade e respeito.
Cerca de uma semana antes do dia da consciência negra, creio que esse é um bom filme para reflexão de valores e idéias. Principalmente de nosso papel enquanto cidadãos livres e com autonomia para construir um mundo melhor para as próximas gerações.