Corte anula gancho de Muntari por sair de campo após racismo

A corte de apelação da Federação Italiana de Futebol (Figc) anulou nesta sexta-feira (5) uma suspensão de um jogo imposta ao meio-campista ganense Sulley Muntari por ele ter abandonado o campo devido a insultos racistas.

Do Istoé

Foto: Fabio Murru/Ansa/AP

O episódio aconteceu no último domingo (30), quando Muntari, atleta do rebaixado Pescara, foi alvo de coros discriminatórios por parte da torcida do Cagliari em uma partida da Série A. O ganense reclamou com o juiz e pediu a interrupção do jogo, mas não foi atendido e ainda levou cartão amarelo.

Irritado, Muntari abandonou o gramado sem autorização do árbitro – a partida já estava nos minutos finais – e foi advertido novamente, o que causou sua expulsão.

No julgamento em primeira instância, o comitê disciplinar da Lega Serie A, entidade responsável pela primeira divisão, suspendeu o ganense por uma partida e absolveu o Cagliari, alegando que as ofensas racistas envolviam apenas cerca de 10 torcedores. O árbitro do duelo, Daniele Minelli, também não foi punido.

O caso repercutiu no mundo inteiro e provocou reações até do alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al Hussein, que afirmou que o jogador é um “exemplo na luta contra o racismo”.

Episódios de discriminação racial são frequentes no futebol italiano, tanto por parte da torcida quanto dentro de campo, e as punições para esse tipo de ofensa costumam ser bastante brandas. (ANSA)

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