Não se trata de diminuir o tamanho de Cristiano Ronaldo, mas Portugal deve a outro atleta a festa que vive desde ontem. Éder, um jovem negro nascido na Guiné-Bissau.
Por Rafael Nardini, do HuffPost Brasil
Após atuar todos os minutos da Eurocopa de 2016, Cristiano Ronaldo saiu de campo lesionado aos 25 do primeiro tempo da final e viu do banco de reservas a sua seleção portuguesa vencer por 1 a 0 a anfitriã França, na prorrogação, e alcançar o título inédito.
Com isso, alguém precisava suprir a lacuna. Coube ao jovem africano naturalizado português.
Após entrar em campo aos 34 minutos do segundo tempo, o atacante Éder foi o responsável por marcar o gol mais importante da história de Portugal, que garantiu o primeiro título do país na Eurocopa.
“Cristiano Ronaldo me disse que eu faria o gol da vitória e com toda a equipe, passou-me essa força, essa energia e foi muito importante. Foi um gol trabalhado desde o primeiro minuto da Eurocopa”, contou, após o jogo.
O predestinado atacante só havia atuado por 13 minutos nesta Eurocopa. “Desde o primeiro dia que o (técnico) Fernando Santos me convocou, tenho trabalhado para contribuir ao máximo e estou muito contente pelo que fizemos”, acrescentou.
Em seu país de origem, Éder é cultuado como um legítimo ídolo, conta o diário online DN, de Portugal:
Ricardina Lopes ficou levantada até tarde, mas valeu a pena: nas ruas, o neto que criou é aclamado como o novo orgulho da Guiné-Bissau.
Na avenida há buzinas e grita-se por Portugal e ela, amparada por familiares, vem à porta de casa – a mesma casa onde criou Éder até aos quatro anos. As origens do jogador da seleção portuguesa estão no Bairro da Ajuda, em Bissau.
A idade já não permite a Ricardina falar muito, mas percebe-se o que quer dizer: “Fiquei contente e é um grande orgulho para mim”, sussurra para os vizinhos e bate palmas quando lhe dizem que criou um herói do futebol, aquele que marcou o golo que fez de Portugal o novo campeão europeu, na final com a França, no domingo.
A Europa é toda sua, Éder.