CUT lança mês da consciência negra

Organização das Nações Unidas dá início, em dezembro, às comemorações da Década Internacional dos Povos Afrodescendentes

São Paulo – O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, e a Secretária Nacional de Combate ao Racismo da entidade, Júlia Nogueira, abrem oficialmente no dia 6 de novembro o mês da consciência negra, com o Ato pela Igualdade Racial no Trabalho e na Vida.

Às 17h30, Vagner e Júlia darão uma entrevista coletiva à imprensa no Hotel Braston, Rua Martins Fontes, 330, para falar sobre o objetivo das ações, sobre desigualdades salariais e sociais que atingem negros no Brasil, políticas públicas são necessárias para reverter o quadro e ações que a CUT vem fazendo. Às 19h, no mesmo local, serão exibidos o curta metragem Vista Minha Pele, do diretor Joel Zito, direto da Casa de Criação Cinema e Artes do Rio de Janeiro, e trailers dos filmes Raça e Filhas do Vento, do mesmo diretor.

Participarão do lançamento oficial do Ato pela Igualdade Racial no Trabalho e na Vida convidados como o deputado Federal Vicente Paulo da Silva (Vicentinho), a deputada Federal Janete Pietá e o Senador Paulo Paim; um representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Social e outro da Fundação Cultural Palmares, entre outros.

Povos Afrodescendentes – A ONU (Organização das Nações Unidas) dá início, em dezembro, às comemorações da Década Internacional dos Povos Afrodescendentes, visando dar mais visibilidade às demandas em todo o mundo. A ideia surgiu com o sucesso do Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, em 2011, fortalecendo a cultura negra.

Segundo relatório da ONU, só na América Latina e no Caribe tem 150 milhões de afrodescendentes. No Brasil, segundo censo do IBGE a população de afrodescendentes é de quase 51% da população.

Direitos – Para as Nações Unidas, os povos afrodescendentes devem ter seus direitos promovidos e protegidos como qualquer outro grupo da sociedade.

Segundo a ONU, apesar dos avanços, os afrodescendentes continuam a sofrer discriminação, um legado histórico do comércio de escravos. Mesmo os que não são descendentes diretos dos escravos muitas vezes ainda são submetidos a atos racistas.

Dados – Segundo as Pesquisas de Emprego e Desemprego (PED) do DIEESE, a análise da taxa de desemprego em relação à raça/cor e gênero nos dá a primeira indicação da existência de diferenças de inserção.

A taxa de desemprego geral, de negros e de não negros, que em 2009 foi de respectivamente 14,0%, 16,2% e 12,0% caiu em 2010 para 11,9%, 13,8% e 10,2%, ou seja, todas em trajetória de queda. Porém, a taxa dos negros ainda permanece superior a taxa de desemprego dos não negros, tanto no desemprego aberto, como no oculto. Para as mulheres negras a precariedade de inserção no mercado de trabalho é ainda mais evidente: no ano de 2010, por exemplo, para estas trabalhadoras a taxa de desemprego total foi de 16,9%, mais que o dobro da verificada para os homens não negros, de 8,1%, indicando que além de discriminação de raça, também existe a de gênero. O rendimento médio das mulheres negras representavam 44,4% dos homens não negros em 2010 e o rendimento médio dos homens negros 62% dos homens não negros.

 

 

Fonte: SP Bancarios 

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