Desigualdade de gênero no trabalho custa US$ 9 trilhões por ano aos países em desenvolvimento

A desigualdade de gênero no mercado de trabalho custa US$ 9 trilhões a cada ano aos países emergentes, de acordo com um estudo divulgado pela organização internacional ActionAid. O custo é maior que os PIBs do Reino Unido, França e Alemanha juntos.

Por  no Brasil Post 

O valor foi calculado de acordo com o “abismo salarial” entre homens e mulheres, uma vez que elas têm menos oportunidades no mercado de trabalho e estão longe de receberem um salário igual ao deles.

Segundo a organização, existem duas principais causas para a desigualdade salarial em países em desenvolvimento. A primeira é que as mulheres costumam realizar trabalhos com menores salários e com mais formas exploratórias, como vendedoras ambulantes em beira de estradas, empregadas domésticas ou trabalhando em fábricas.

Também, as mulheres gastam grande parte do seu tempo cuidando dos filhos e do lar, trabalho que é invisível e totalmente gratuito. De acordo com o Banco Mundial, as mulheres gastam até 10 vezes mais horas que os homens em trabalhos não remunerados, como cuidar de crianças, idosos e doentes.

Em países mais pobres, onde governos não financiam serviços básicos de saúde e educação, o problema se agrava ainda mais: além de cuidar dos filhos, elas precisam coletar água e comida, o que não sobra tempo para se dedicarem à carreira.

“Diminuindo essas diferenças salariais, os governos não vão apenas melhorar a qualidade de vida dessas mulheres, mas ajudar a economia de suas comunidades, uma vez que elas tendem a gastar sua renda extra em alimentação, saúde e educação para família”, explicou a agência, acrescentando que essas mulheres também têm um potencial de força de trabalho inexplorado.

Além da economia

Os custos da desigualdade no trabalho vão além do monetário. Ela afeta as escolhas de vida, deixando as mulheres mais vulneráveis à violência, à discriminação e exploração.

“Esse é um enorme problema e não é algo que vamos corrigir da noite para o dia. Mas há caminhos para melhorar a vida de milhões de mulheres pobres em todo o mundo”, diz a diretora de políticas públicas da ActionAid, Lucia Fry.

Para Lucia, equiparação salarial, extinguir leis e práticas discriminatórias e criar políticas favoráveis à inclusão da mulher no mercado de trabalho são medidas que devem ser promovidas o quanto antes.

Desigualdade no Brasil

Apesar da desigualdade de gênero diminuir ao longo dos anos no mercado brasileiro,dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados na semana passada mostram as mulheres ainda ganham menos.

Em 2014, enquanto eles receberam um salário de admissão médio de R$ 1.247,98, elas ganharam R$ 1.075,52.

+ sobre o tema

Revista francesa revela que dirigente de partido antigay é… gay

A revista francesa "Closer" revelou nesta sexta-feira (12) que...

8 de Março – Mulheres sem-teto invadem prédio no centro de SP

Cerca de 200 mulheres ligadas a vários movimentos de...

Eduardo Cunha e todo o poder para os machistas e homofóbicos do Congresso Nacional

Junto com o atual presidente da Câmara dos Deputados,...

Programa policial exibe vídeo com estupro de criança de 9 anos

É hora do almoço quando a vinheta anuncia a...

para lembrar

Mães são quem mais agridem os filhos por serem gays

Os principais agressores dos gays são da própria família....

Racismo: Por que se matou a psicanalista negra que fazia sucesso no Rio?

Em 2008, às vésperas da comemoração dos 120 anos...

Renúncia de Claudine Gay é sangue que agita águas contra mulheres negras

Claudine Gay, a reitora da Universidade Harvard, que anunciou sua renúncia na...
spot_imgspot_img

A representatividade de mulheres negras na área de tecnologia e inovação

As mulheres negras estão entre os piores índices no que diz respeito a tecnologia e inovação no Brasil, atualmente. A PretaLab — plataforma de...

A Deusa do Ébano é o título mais relevante do Carnaval de Salvador

A 44ª Noite da Beleza Negra, realizada no sábado (15), na Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu, em Salvador, foi marcada pela...

Beatriz Nascimento, mulher negra atlântica, deixou legado de muitas lutas

Em "Uma História Feita por Mãos Negras" (ed.Zahar, organização Alex Ratts), Beatriz Nascimento partilha suas angústias como mulher negra, militante e ativista, numa sociedade onde o racismo, de...
-+=