Diálogos Ausentes: A presença de artistas negros na música

 Estão presentes no encontro, ainda, dois artistas selecionados pela chamada aberta e Tizumba realiza show no dia seguinte acompanhado do grupo de alunos formados por ele Tambor Mineiro

Dando continuidade ao ciclo de debates sobre a presença de artistas negros no campo da música, o segundo encontro da série Diálogos Ausentes, idealizada pelo Itaú Cultural, acontece no dia 10 de agosto (quinta-feira), às 20h. Com mediação de Diane Lima, idealizadora do projeto AfroTranscendence, quatro pessoas compõem a mesa de debate. O músico mineiro Maurício Tizumba e a cantora Juçara Marçal e mais dois artistas selecionados pela chamada aberta, Heberte Almeida, com o projeto Manobra, e Giovanni di Ganzá, com o projeto Runsó. Em sinergia com o debate, no dia seguinte, Tizumba realiza show no instituto acompanhado do Tambor Mineiro.

Entre os assuntos em pauta neste encontro do Diálogos Ausentes, os convidados falam sobre tradição, novas criações e experimentações no campo musical –  como a música negra brasileira se encontra, se transforma, se reinventa, e qual a importância da tradição para as novas gerações e também quais novos movimentos vêm crescendo e se desenvolvendo no país.

Desde abril do ano passado, o Itaú Cultural realiza esta série com o intuito de analisar entre o público, artistas e especialistas a representação dos negros em uma área de expressão diferente, a cada três meses. Em 2016, o primeiro bloco de três encontros discutiu as artes visuais; na sequência, os debates foram sobre as artes cênicas – com foco no teatro – e, por fim, o audiovisual, sobre o olhar do cinema negro. Neste ano, também houve debate sobre o negro na dança e na literatura. O tema da música encerra a série deste ano, em setembro.

Os selecionados pela chamada aberta para o terceiro e último encontro do Diálogos Ausentes, que falam sobre seus trabalhos relacionados à música, em setembro, são: Coletivo Matéria Prima, com o projeto 02 Atos, e Luciane Dom, com o projeto Liberte esse Banzo. Os debates têm interpretação em Libras.

 Maurício Tizumba e o Tambor Mineiro

Foto: Enviada ao Portal Geledés pela autora

Tizumba se apresenta no instituto na sexta-feira, às 20h, dia seguinte ao encontro do Diálogos Ausentes, acompanhado pelo grupo Tambor Mineiro. Esta formação é resultado do curso mesclado a oficina iniciado pelo músico, em 2002, com o objetivo de dar maior visibilidade e abrangência à cultura afro-mineira. Ele compartilha com seus alunos os diversos ritmos, cânticos e passos de dança do Congado de Minas Gerais, incentivando-os a aprender a tocar instrumentos simples de percussão, entoar cânticos e dançar, em um conjunto harmônico e sincronizado.

Como ocorre nas Guardas de Congado, os alunos também aprenderam a construir seus próprios instrumentos de percussão. Os integrantes da oficina Tambor Mineiro, após o término do curso, se apresentam em eventos que estejam vinculados à cultura mineira.

Foto: Enviada ao Portal Geledés pela autora

Com uma trajetória marcada pela busca em ampliar o acesso à cultura em Minas Gerais, democratizando a arte a todas as classes e grupos sociais, Tizumba vem traçando um percurso de grande relevância para a arte afro-brasileira.

Ao longo de seus 38 anos de carreira, o músico tem trazido consigo a forte influência do congado mineiro, manifestação cultural e religiosa que resiste há mais de três séculos como importante símbolo de expressão da cultura negra em Minas Gerais. No show no Itaú Cultural, o músico apresenta canções de sua autoria, como Maurice a Paris, Afrojapa, Canção Para Tocar no Rádio, Mandela, Balainho de Fulô, Cinco Cantos de Moçambique e Gregos e Africanos.

Como ator, Tizumba é formado pelo Teatro Universitário da UFMG, experiência que o capacitou para atuar em diversas produções teatrais e cinematográficas reverenciadas pela crítica. Sua trajetória marca também a intenção de ampliar o acesso à cultura em Minas Gerais, buscando a disseminação da arte entre todas as classes e grupos sociais. Seus trabalhos sempre vão às ruas, às praças e ao povo, com o objetivo claro de sensibilização para a arte, para a cultura negra, e para a cultura em geral. O artista canta para todas as cores, tamanhos e lugares.

Sobre Juçara Marçal

Foto: Enviada ao Portal Geledés pela autora

Cantora do grupo Metá Metá, também já integrou os grupos Vésper Vocal e A Barca. Lançou em 2014 o disco solo Encarnado, com músicas de Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Tom Zé, entre outros compositores. O disco ganhou o Prêmio APCA – Melhor Álbum de 2014, Prêmio Governador do Estado – Melhor Álbum – Voto do Júri, e Prêmio Multishow de Música Compartilhada. Em 2015, lançou Anganga, em parceria com Cadu Tenório, músico e experimentador carioca. Juçara formou-se em Jornalismo pela ECA-USP e em Letras na FFLCH-USP. Defendeu dissertação de Mestrado em Literatura Brasileira, em 2000, a respeito do memorialista mineiro Pedro Nava. Foi professora de canto do Curso Superior de Teatro da Anhembi-Morumbi de 2001 a 2015, e do Curso de Pós-Graduação sobre a Canção Brasileira, da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo.

Sobre Giovani Di Ganzá

Músico paulistano, trabalha profissionalmente com composição de trilha para grupos cênicos que se dedicam na exploração sonora das diversas arquiteturas da musicalidade afro-brasileira, com trabalhos que têm em comum um laço cultural de resistência e quebras de fronteiras.

Sobre Heberte Almeida

Foto: Enviada ao Portal Geledés pela autora

Cantor, compositor e instrumentista belo-horizontino. Integrante das bandas Pelos e Projeto Manobra, e autor do show Negro Amor.

SERVIÇO

Diálogos Ausentes – O Negro na Música
Mediadora: Diane Lima
Convidados: Maurício Tizumba e Juçara Marçal
Selecionados pela chamada aberta: Heberte Almeida e Giovanni di Ganzá

Dia 10 de agosto (quinta-feira), às 20h

Duração: ​90 minutos

Classificação indicativa: ​livre

Interpretação em Libras

Show Maurício Tizumba

Acompanhado pelo grupo Tambor Mineiro

Dia 11 de agosto (sexta-feira), às 20h.

Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: livre

Sala Itaú Cultural – 224 lugares

Entrada gratuita

Distribuição de ingressos:

Público preferencial: 2 horas antes do espetáculo (com direito a um acompanhante)

Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural: 3 horas: R$ 7;

4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 12.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Acesso para deficientes físicos / Ar condicionado

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149 (Estação Brigadeiro do Metrô)

Fones: 11 2168-1776/1777

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE. 

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