Dieese: Mulheres gastam 95% mais tempo com afazeres domésticos que homens

Uma pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) revelou que no quarto trimestre do ano passado as mulheres dedicaram às tarefas domésticas 95% a mais de tempo que os homens. Elas também ganham 22% menos que homens nas mesmas posições, muitas vezes abdicam do emprego por não ter creches disponíveis para os filhos, sofrem mais com a falta de trabalho e também ganham menos do que eles ao se aposentarem.

No Universa

Adobe

Em média, foram 541 horas a mais por ano, cerca de 68 dias trabalhados em uma jornada de oito horas dedicadas apenas a tarefas do lar. Se fosse um emprego de segunda a sexta-feira, as mulheres teriam trabalhado três meses a mais que os homens.

Além da rotina da casa, as mulheres enfrentam pressão por falta de creches. Muitas, sem ter um local seguro para deixar os filhos, precisam abrir mão do emprego. A pesquisa revela que 41% das entrevistadas cujos filhos de até 3 anos não tiveram acesso a creches trabalhavam, enquanto 67% daquelas com todos os filhos na creche tinham trabalho remunerado.

Outro velho problema voltou a ser apontado pelo Dieese: a diferença salarial entre os gêneros. Em média, as mulheres ganham 22% menos que os homens — a média é de R$ 2.495 ante R$ 1.958. Entre as com ensino superior a disparidade é ainda maior: elas têm renda 38% menor que homens com a mesma formação, ou R$ 6.292 ante R$ 3.876.

Mulheres em cargos gerenciais e de diretoria ainda são minoria: quatro posições entre dez são ocupadas por elas. Em média, eles ganham R$ 40 por hora, enquanto elas recebem R$ 29 — diferença de 29%. Os estado campeão em desigualdade salarial é Mato Grosso do Sul, em que o índice médio é de 30%, e o mais igualitário é Amazonas, onde o índice é de 5%.

Desemprego e aposentadoria

O desemprego também é maior entre as mulheres: a taxa de desocupação total entre elas é de 13,1%, enquanto entre os homens é de 9,2%. Quando o chefe de família é uma mulher, os números são menores em ambos os casos, mas a diferença entre os gêneros chega ao dobro: 10,2% para as mulheres ante 5,1% para os homens. No Rio de Janeiro, a taxa de desocupação feminina é de 16,7%.

Como os rendimentos ao longo da vida são inferiores ao recebidos pelos homens, a contribuição das mulheres para a previdência também é menor, o que impacta na aposentadoria. Em média, elas ganham 17% menos que os homens — R$ 2.051 ante R$ 1.707.

+ sobre o tema

5 coisas sobre a sua vida que as feministas não querem controlar

stou um bocado cansada de ouvir asneiras e invencionices...

Crianças intersexos poderão ser registradas com o sexo ignorado em São Paulo

Da Arpen-SP Crianças que nascem sem o sexo definido como...

Dinamarca inaugura primeira estátua em homenagem às mulheres negras

Mary Thomas tornou-se a primeira mulher negra a ser...

A Lei Maria da Penha e os direitos humanos da mulher no contexto internacional

O artigo consiste em um estudo sobre a internacionalização...

para lembrar

Juíza viraliza nas redes ao citar em sentença a poesia “A Vida É Loka” de Sergio Vaz

“Esses dias tinha um moleque na quebrada com uma arma...

Reduzindo a disparidade de gênero na indústria da tecnologia

Acabo de voltar do encontro anual do Fórum Econômico...

Relatório exige aumento de licença-paternidade na França para três meses

Um relatório, feito pela Inspeção Geral das Relações Sociais,...

Machismo e racismo continuam desequilibrando a disputa eleitoral

Levantamento do Inesc feito a partir do cruzamento de...
spot_imgspot_img

Lei do Feminicídio completa 10 anos com impunidade como desafio

A Lei do Feminicídio completou dez anos de vigência neste domingo (09). Sancionada em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff, a norma inseriu no...

Omissão do Estado e privilégio do homem condenam mulher a viver para cuidar

O trabalho de cuidado é a base invisível que sustenta a sociedade. Parir, criar e alimentar bebês e crianças, cuidar de idosos e pessoas...

Violência contra mulher e desigualdade de gênero atrasam avanço global e fazem mundo perder mais de US$ 7 trilhões

Cinquenta anos após as Nações Unidas terem oficializado o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, os direitos das mulheres e meninas...
-+=