Dilma defende cotas raciais e diplomatas negros no Itamaraty

A pré-candidata à presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff, defendeu nesta sexta-feira (14) a continuidade de políticas raciais afirmativas, com a adoção de cotas em universidades e uma maior formação de diplomatas brasileiros negros.

“O que nos une é o compromisso de que isso vai continuar, que vamos continuar fazendo políticas afirmativas e de cotas, queiram eles (oposição) ou não queiram”, disse a ex-ministra da Casa Civil, defendendo ainda maior empenho dos governantes em políticas de cunho social para a população negra.

“Quando tiramos 24 milhões da miséria, sabemos que outros ficaram na miséria e na pobreza e que temos que assumir compromisso com o fim da miséria nessa década. Entre os pobres está um contingente enorme da população negra, e isso não podemos aceitar”, afirmou a pré-candidata, que participou do Encontro Nacional de Negros e Negras do PT e cobrou maior formação de diplomatas negros.

“Temos de ter negros no Itamaraty e esse é um compromisso do presidente Lula, que fez a política mais afirmativa. O Brasil estava voltado de costas para a África desde a época do trafico negreiro. Fizemos muita coisa. Não é o suficiente porque são séculos e séculos de desatenção e descaso”, afirmou, completando: “o movimento negro tem que procurar políticas permanentes”.

Sem citar nominalmente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma destacou que o País vivia uma situação de “estagnação”, “sem espaço e condições” de melhoria da população pobre. O mesmo teor de críticas a FHC foi utilizado no programa partidário petista que foi ao ar em dezembro do ano passado e se tornou ontem alvo de multa por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“O Brasil construiu condições que são muito importantes para que uma parte expressiva da nossa população tenha mobilidade, (…) que as pessoas possam mudar de vida, não ter mais aquela obrigação de ficar sempre estagnado em um determinado momento. Ate o início de 2003 (havia) estagnação, desemprego, desigualdade e sem espaços e sem muitas condições para tecer e armar nossa luta. O presidente Lula construiu um novo momento de prosperidade, e o Brasil abriu um caminho pelo qual sua população pode trilhar e ter certeza que podemos transformar esse País em uma grande nação”, disse Dilma.

“Isso não vai parar, vamos levar isso a frente. Se o Brasil mudou, mudou porque tivemos a capacidade de construir as condições para ele mudar”, destacou a pré-candidata do PT.

Fonte: Terra

+ sobre o tema

Luana Tolentino: Martinho da Vila, o PT e eu

por Luana Tolentino Sem sombra de dúvidas, o samba...

Programa de trainee da Magazine Luiza para negros causa polêmica

A decisão da Magazine Luiza em colocar apenas negros...

Governador do Texas diz que Obama leva a América em direção ao socialismo

Na manchete do Drudge Report, ontem, "Governador do Texas...

A herança de FHC

A avaliação de seus mandatos captada em pesquisas explica...

para lembrar

Quando o novo já nasceu e o velho ainda não morreu…- Por: Renato Rovai

A onda de manifestações que varreu o Brasil evidenciou...

“Quanto menos entendemos, mais julgamos.” – Mia Couto

No ano de 2007, Mia Couto participou, em Campinas...

Obama assina lei que destina US$ 600 milhões para a fronteira mexicana

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sancionou nesta...

Roseana Sarney veta lei de combate ao trabalho escravo – Por: Leonardo Sakamoto

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), vetou...

Fim da saída temporária apenas favorece facções

Relatado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o Senado Federal aprovou projeto de lei que põe fim à saída temporária de presos em datas comemorativas. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA),...

Morre o político Luiz Alberto, sem ver o PT priorizar o combate ao racismo

Morreu na manhã desta quarta (13) o ex-deputado federal Luiz Alberto (PT-BA), 70. Ele teve um infarto. Passou mal na madrugada e chegou a ser...

Equidade só na rampa

Quando o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, perguntou "quem indica o procurador-geral da República? (...) O povo, através do seu...
-+=