O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, rebateu o decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou que refugiados são bem-vindos em seu país.
Por Luiza Belloni do HuffPost Brasil
O anúncio de Trudeau foi feito um dia depois que Trump assinou um decreto anti-imigração, na última sexta-feira (27). A ordem executiva, válida por 90 dias, restringe a emissão de vistos para pessoas nascidas nos países Iraque, Iêmen, Síria, Irã, Líbia e Somália, e suspende o programa de recepção de refugiados por, pelo menos, 120 dias.
O decreto gerou reações em várias cidades dos EUA. No final de semana, milhares de americanos protestaram contra Trump e a medida.
Diante disso, o primeiro-ministro do Canadá escreveu em seu perfil oficial no Twitter que, diferente dos Estados Unidos, o Canadá continua recebendo refugiados.
“Àqueles que estão fugindo da perseguição, do terror e da guerra, o Canadá irá recebê-los, independentemente de sua fé. A diversidade é a nossa força.“
To those fleeing persecution, terror & war, Canadians will welcome you, regardless of your faith. Diversity is our strength #WelcomeToCanada
— Justin Trudeau (@JustinTrudeau) 28 de janeiro de 2017
A mensagem se tornou viral e mais de 400 mil usuários retuitaram Trudeau.
De acordo com a BBC, sob os comandos de Trudeau, o país recebeu mais de 40 mil refugiados sírios nos últimos 13 meses. Em outro tuíte, o primeiro-ministro aparece recebendo uma menina refugiada.
#WelcomeToCanada pic.twitter.com/47edRsHLJ5
— Justin Trudeau (@JustinTrudeau) 28 de janeiro de 2017
Reações de empresas americanas
Além dos protestos que se espalharam nos Estados Unidos, grandes empresas como Google, Starbucks, Airbnb e Uber se comprometeram a ajudar refugiados.
De acordo com a agência Ansa, a Starbucks afirmou que irá empregar 10 mil refugiados nas lojas em todo o mundo, inclusive nos EUA. “Existem mais de 65 milhões de cidadãos do mundo reconhecidos como refugiados pelas Nações Unidas e nós estamos desenvolvendo planos de contratar 10 mil deles em 75 países onde a Starbucks faz negócios”, disse o CEO da companhia, Howard Schultz.
O Google afirmou ser contra as medidas de Trump e anunciou a criação de um fundo de US$ 4 milhões que ajudará quatro organizações que lidam com imigrantes. A Uber também criará um fundo de US$ 3 milhões para a defesa legal de motoristas que podem ser afetados pelo decreto.
Por fim, a plataforma de hospedagem Airbnb disse que providenciará moradia gratuita para refugiados e para qualquer pessoa que não puder entrar nos EUA. O CEO, Brian Chesky, afirmou em nota:
“Nós temos 3 milhões de casas. Então nós definitivamente podemos encontrar um lugar para essas pessoas ficarem.”