por THIAGO AMPARO & MARYURI MORA GRISALES
Editores da Sur – Revista Internacional de Direitos Humanos
SUELI CARNEIRO
Editora convidada / Geledés – Instituto da Mulher Negra
Dados sobre desigualdade racial evidenciam a persistência do racismo em todo o mundo. Em 2018, 17 anos após a III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata realizada em Durban, na África do Sul, e 130 anos após a abolição da escravidão no Brasil, ainda inconclusa; os legados do Jim Crow, escravidão e apartheid prosseguem e se reproduzem todos os dias nos Estados Unidos, Brasil e África do Sul.1 Em outras partes do Norte e Sul Globais a situação de grupos raciais historicamente discriminados não é diferente. Europa tem sido palco de casos de xenofobia no contexto da questão migratória.2A Relatora Especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre formas contemporâneas de racismo – uma das autoras neste número da Revista Sur – tem reportado sobre racismo em países tão diversos como Austrália, Mauritânia, Hungria e Colômbia.3
Para fazer jus à complexidade e à urgência da luta antirracista hoje, esta edição da Revista Sur busca justamente servir de espaço para vozes na busca por maneiras de reposicionar raça no centro da agenda de direitos humanos. Em seus 14 anos de existência, a Revista Sur publicou somente dois textos sobre racismo. Este número especial inicia uma nova trajetória para a Revista conectando o racismo a outras graves violações de direitos humanos contemporâneas. Reconhecemos, portanto, que raça é um elemento estruturante de como direitos são historicamente concebidos, negados e usufruídos de forma desigual no Brasil — e em todo mundo. Os artigos aqui publicados compartilham a necessidade de repensarmos os movimentos de direitos humanos – inclusive suas estratégias, narrativas e formas de financiamento – se quisermos seriamente construir um outro mundo onde inexista desigualdade racial.
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