A luta feminista foi amplificada por um time de peso. Elza Soares, Karol Conká, Maiara e Maraisa, Tiê, Martnália, Lan Lanh, As Bahias e a Cozinha Mineira e o grupo Mulamba se juntaram para juntas defenderem a igualdade de gênero.
Do Hypeness
O time das poderosas formam o projeto Escuta as Minas, promovido pelo Spotify e que além do clipe, prevê o lançamento de um documentário com depoimentos das artistas sobre feminismo.
A canção criada pela campanha valoriza a luta ancestral e apresenta trechos de canções que marcaram época. O pacote conta com versos de Ô Abre Alas, imortalizada por Chiquinha Gonzaga, em 1899; Resposta, cantada por Maysa em 1970; Relicário, de 1995, escrita por Nando Reis e sucesso na voz de Cássia Eller; O que se Cala, interpretada por Elza Soares em 2018; A Culpa é Dele, de Marília Mendonça para a dupla Maiara e Maraisa; a homônima Mulambae Bate a Poeira, lançada em 2013 na voz de Karol Conká.
As intérpretes citadas são homenageadas pelas mulheres dos tempos atuais. Raquel Virgínia e Assucena Assucena – do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira, representam Chiquinha Gonzaga em ô Abre Alas. As artistas destacam a simbologia de travestis e mulheres trans cantarem uma letra tão forte, quase 120 anos depois do lançamento.
A inesquecível Maysa é imortalizada por Tiê. A cantora lembra ainda da contribuição de sua avó, a atriz Vida Alves, xingada de puta por protagonizar o primeiro beijo na TV
É preciso fazer menção honrosa ao nome de Elza Soares. Com quase 90 anos de idade, a cantora sacudiu as estruturas da música brasileira ao lançar dois manifestos em forma de disco. A Mulher do Fim do Mundoe Deus É Mulher analisam o feminismo a partir dos olhos de uma mulher negra. Com mais de 50 anos de carreira, a carioca sofreu poucas e boas durante o relacionamento com Garrincha.
O que não se sabe, é que Elza foi uma das responsáveis de evitar que o ex-companheiro morresse desamparado. Foi ela quem organizou um amistoso no Maracanã para arrecadar fundos ao jogador, na época sofrendo do alcoolismo que acabou tirando sua vida.
“Sou feminista desde que nasci”, diz ela. Escuta as Minaspretende mostrar nossos passos vêm de longe e “a luta para ser ouvida não é algo do nosso tempos. Estamos contando nossas revoluções há séculos. Algumas enfrentaram resistência e abriram espaço. O movimento cresceu e é hora de evocar as pioneiras e inspirar uma nova geração”.