Em Foz, fascistas culpam Dilma pela presença de haitiano e passam a espancá-lo

Grupo ataca estudante haitiano em Foz do Iguaçu

 

Getho Mondesir foi vítima de racismo e sofreu espancamento na manhã deste sábado, no centro de Foz do Iguaçu.

Às 5h25 da manhã, Getho caminhava até o ponto de moto taxi.

Seu plano era chegar à rodoviária para tomar o ônibus da 6h da manhã, com destino a Cascavel, onde passaria o final de semana com seu filho de oito meses.

O grupo de agressores estava sentado numa mesa de bar, na Avenida Brasil, no centro da cidade.

— Macaco, você só está aqui por causa da Dilma, mas agora você vai ter que voltar — foram as palavras dos agressores.

Getho não reagiu e apesar do pouco domínio da língua portuguesa, tentou iniciar um diálogo com o grupo.

A reação deles foi chama-lo de macaco repetidas vezes e partir para a série de golpes com garrafas de cerveja.

Ainda no chão, Getho continuou sofrendo agressões. Ao escapar, correu até um ponto de taxi, onde foi reconhecido por um dos taxistas.

O homem prestou os primeiros socorros, chamou a polícia e Getho foi encaminhado ao Pronto Socorro da cidade.

Assim foi interrompido o plano de final de semana do  Getho Mondesir.

O estudante tem 33 anos e cursa o terceiro semestre de Administração Pública e Políticas Públicas, na UNILA – Universidade Federal da Integração Latinoamericana.

Getho chegou do Haiti no dia 2 de maio de 2013 e em 2015 foi contemplado pelo programa Pró-Haiti, da UNILA. O programa oferece bolsas de estudo para imigrantes haitianos.

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