Em sessão plenária tumultuada, mulher é presa por racismo em São Leopoldo

Terminou em tumulto e prisão por racismo a sessão plenária da Câmara dos Vereadores de São Leopoldo, no Vale do Sinos, realizada na noite desta quinta-feira. Após a votação de projeto polêmico, parte dos cerca de 300 manifestantes atiraram ovos contra os parlamentares e uma mulher de 64 anos foi detida por ter chamado o vereador Brasil Oliveira (PSB) de “negro sujo”. O político, ofendido, deu voz de prisão à agressora.Desde o início da semana, moradores e empresários da cidade prometiam protestar no Legislativo durante a votação do projeto, que muda a estrutura atual dos gabinetes. O grupo era contrário à aprovação da matéria prevê que os chefes de gabinete passem a receber salários de R$ 4.582,46, ao invés de R$ 2.724,67, valor que também vai ser pago aos novos assessores de relações comunitárias. A confusão, segundo o presidente da Câmara, Luiz Andrade (PSB), teve início logo após a abertura da sessão quando os manifestantes gritaram palavras de ordem interrompendo a reunião. Depois da votação, que terminou com nove votos favoráveis e três contrários ao projeto, parte dos manifestantes atiraram ovos em direção à Mesa Diretora e, em determinado momento, houve a ofensa ao vereador. “Não tinha mais como continuar a sessão, a Brigada Militar interveio e encerramos os trabalhos. Agora vamos esperar a sanção do prefeito”, explicou o chefe do legislativo.Conforme o vereador Brasil, ao ouvir a ofensa, ele não hesitou e deu voz de prisão à manifestante. “Não pude acreditar que em pleno século 21 isso pudesse ocorrer. É um desrespeito comigo, como ser humano, como negro e mais ainda como vereador. Está na constituição, é crime”, disse, perto das 22h, já a caminho de uma delegacia.Anderson Ribeiro, um dos organizadores da manifestação, explica que o movimento não compactua com a atitude errada e isolada de alguns participantes, mas que o intuito inicial era legítimo. “Sempre levantei a bandeira da igualdade, jamais defendi atitude semelhante à que pode ter ocorrido”, explicou.A manifestante segue detida na 1ª Delegacia de Polícia (DP) da cidade. O delegado Eric Dutra lavrou a prisão em flagrante após ouvir os envolvidos, mas esclareceu que ela pode responder pelo crime em liberdade, desde que pague fiança.

 

 

Fonte: Portal Vitrine 

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