Em vídeo, mulher de morto pela PM critica atuação policial: ‘Todo mundo para eles é vagabundo’

O corpo de Diego Souza Oliveira, 28 anos, conhecido como Diego Gato, foi liberado na manhã desta sexta-feira (22) pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). O enterro ocorrerá esta tarde, no Cemitério de Brotas.

Do Correio 24 Horas

Diego foi morto por volta das 5h30 de ontem, durante um confronto com a Polícia Militar, de acordo com a versão da polícia. A Corregedoria da PM, que está apurando o caso, informou que Diego já tem passagens pela polícia por tráfico de drogas e homicídios.

A PM disse que Diego foi morto em uma troca de tiros, mas a família contesta essa versão. Veja vídeo em que a mulher de Diego conta o que aconteceu:

Versão da polícia
De acordo com a polícia, uma viatura da Rondesp Atlântico fazia ronda na área quando avistou um grupo com 10 homens armados, que dispararam contra os policiais. A viatura revidou, e Diego foi atingido no tórax.

Ele foi socorrido para o HGE e morreu minutos depois de dar entrada na unidade. Segundo a polícia, com ele foram encontrados uma pistola de 9 mm, um carregador de munição com capacidade para 17 cápsulas e duas munições intactas.

RTEmagicC_santa_cruz_PM.jpg

(Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)

Família contesta
Segundo a esposa de Diego, que preferiu não se identificar, policiais da companhia Rondas Especiais (Rondesp) chegaram na casa deles por volta das 5h30, dando pontapés na porta, enquanto dormiam. Ela afirma que cerca de 40 homens armados da força policial estiveram na casa e executaram seu marido.

“Eu tomei um susto, levantei e fui abrir a porta. No que fui abrir, eles já queriam arrombar o cadeado, aí eu falei ‘calma, moço, aqui tem criança’”, conta ela. Diego, então, saiu com uma criança no colo e, conforme relatou a esposa, um policial ordenou que ele colocasse a filha no chão. “Aí eles falaram para mim ‘bora, passa você e a criança’, e eu pedi para pegar minha outra filha que estava lá dentro dormindo”, lembra.

De acordo com o relato, ao sair para a casa da mãe com as filhas, os policiais começaram a atirar contra Diego. Os pais da esposa saíram na rua para ver o que estava acontecendo e os policiais disseram para todos entrarem para suas casas, pois estava ocorrendo troca de tiros. “Não tinha arma da vítima, a única arma que tinha era dos policiais”, acrescentou.

+ sobre o tema

para lembrar

spot_imgspot_img

Relatório da Anistia Internacional mostra violência policial no mundo

Violência policial, dificuldade da população em acessar direitos básicos, demora na demarcação de terras indígenas e na titulação de territórios quilombolas são alguns dos...

Aos 45 anos, ‘Cadernos Negros’ ainda é leitura obrigatória em meio à luta literária

Acabo de ler "Cadernos Negros: Poemas Afro-Brasileiros", volume 45, edição do coletivo Quilombhoje Literatura, publicação organizada com afinco pelos escritores Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa. O número 45...

CCJ do Senado aprova projeto que amplia cotas raciais para concursos

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (24), por 16 votos a 10, o projeto de lei (PL) que prorroga por dez...
-+=