Empresária é chamada de travesti e agredida na saída de festa: ‘Me chamou de escória da humanidade’

Caso aconteceu na manhã de sexta-feira (12), na saída de uma festa em Manaus.

Por G1 AM

Sandy é ex-rainha de bateria de uma famosa escola de samba no Amazonas — Foto: Reprodução / G1

Sandy Salum, de 36 anos, é uma empresária amazonense que trabalha como chef de cozinha. Na última sexta-feira (12) ela foi agredida por um homem, por volta das 6h, na saída de uma festa. Segundo relato, a discussão entre os dois iniciou após assédio a uma amiga de Sandy. Ao se manifestar contra a atitude do rapaz, a empresária foi chamada de travesti e “escória da humanidade”. Os dois, então, entraram em uma luta corporal.

“Esse indivíduo passou e puxou o cabelo dela. Ela disse ‘ai, me deixa’. Eu disse, ‘ei, deixa ela’. Só que, pelo fato de eu ter a voz grossa, ele já falou ‘o que que é, sua travesti? sua escória da humanidade, puta’. Ele veio pra cima e me empurrou. Ele saiu correndo a ladeira e entrou no taxi. Eu fui atrás dele, entrei no taxi e falei ‘agora tu me chama de travesti de novo. Você vai aprender a me respeitar”, conta Sandy.

Em vídeo que circula pelas redes sociais é possível ver o que já é o desfecho da agressão. Sandy se posiciona frente ao carro e o confronta. O homem sai do carro e vai para cima. Demora para que pessoas separem a briga, enquanto uma voz de fundo narra as agressões avisando “É marido e mulher”.

“É inadmissível. Só me ajudaram depois, porque baixou o sangue e eu comecei a chorar. Ele me chamou de escória da humanidade, de puta. Eu sou mulher, eu sou mãe de dois filhos adolescentes. Eu mereço respeito. Ele não tinha direito de tocar em mim. Foi quando os homens realmente ficaram indginados e saíram empurrando ele”, relata.

A empresária, que é ex-rainha de bateria de uma renomada escola no Amazonas, abriu um Boletim de Ocorrência e fez exame de corpo e delito. O caso foi registrado no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP).

“A gente não pode deixar essas atitudes impunes. Nós temos que denunciar e continuar, porque, independente de qualquer coisa, se for parente de político, se for uma pessoa poderosa, se você for gay, trans, mulher, negra, lésbica, não importa. Você é ser humano e você tem os seus direitos como cidadão de bem. E eu vou lutar. Eu sou mae, eu sou mulher, eu sou negra, eu sofri preconceito desde criança e nem por isso eu vou me fazer de vítima. Eu vou atrás dos meus direitos na Justiça”

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