‘Enquanto houver um negro sendo assassinado, estaremos lutando’, diz ativista

O combate ao racismo e à violência de gênero foram as principais bandeiras das 10 mil mulheres, segundo balanço da Polícia Militar, que saíram nesta quarta-feira (18) do Ginásio Nilson Nelson e marcharam em direção ao Congresso Nacional.

No SRZD

“Enquanto houver um jovem negro sendo assassinado, enquanto houver um menino sendo apedrejado na rua por ser gay, uma menina sendo estuprada por ser lésbica, enquanto uma travesti ou uma transexual não tiver direito a assumir a sua identidade de gênero, estaremos lutando. Nenhuma de nós estará realizada enquanto houver racismo”, disse Verônica Lourenço, 45 anos, historiadora, educadora e integrante da Rede Sapatá (Rede Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras).

As mulheres também reivindicaram mais tolerância religiosa. Mãe Nilce de Iansã, carioca de 64 anos, disse que veio a Brasília lutar contra o racismo e o desrespeito à tradição. “Contra a matança que acontece com os jovens negros, a mortalidade de mulheres negras, em sua maioria por causas evitáveis”, afirmou.

Maria Edijane Alves, 33 anos, disse que veio de Embu das Artes (São Paulo) representando as mulheres negras da periferia. Ela cobrou mais participação masculina na vida familiar e disse que é difícil romper com a ideia de que as mulheres devem ser responsáveis por todo o serviço de uma casa.

“A mulher negra no contexto periférico sofre calada por não enxergar o quanto o sistema é violento, o quanto o cotidiano é violento. A gente precisa trabalhar, cuidar do filho, cuidar da casa e isso também é uma violência. A gente acha que é natural toda essa sobrecarga que a mulher carrega, principalmente a mulher negra dentro da periferia, onde muitas dessas mulheres não têm o seu parceiro, mas não é”, disse Maria Edijane, integrante do coletivo Zumaluma.

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