‘Olhar minhas fotos, na verdade, produz a sensação mais desanimadora de desconforto em meu estômago’
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Escute. Eu te entendo. Você está com alguns quilinhos a mais (ou 45 kg mais pesada do que gostaria). Eu entendo completamente como você se sente. Tenho o mesmo sentimento de insatisfação sobre mim mesma quando penso em agendar novas fotos de rosto ou fotos minhas com Justin que já deveriam ter sido tiradas há muito tempo. Maravilha, até escolhi uma carreira que me mantém permanentemente atrás da câmera em vez de em frente dela. Olhar minhas fotos, na verdade, produz a sensação mais desanimadora de desconforto em meu estômago.
Não é incrível que consigamos ver a beleza em nossas melhores amigas, irmãs, mães e tias sem o menor pensamento sobre seus defeitos…, mas possamos ficar obcecadas por horas em nossas próprias imperfeições? Nós nos fixamos em nossos defeitos ao ponto de evitarmos qualquer coisa que registre que nossas caras redondas e corpos curvilíneos já estiveram na face da Terra. Nenhuma foto para mostrar como AMAMOS, como sorrimos, como somos amadas por nossas famílias. Como é possível que uma papada possa dominar a beleza de uma mãe acariciando seu filho? Como a gordura de um braço pode desviar a atenção de uma foto perfeita de um abraço espontâneo? Juro gente… como podemos dar mais valor às DOBRINHAS NA BARRIGA do que a maneira cativante pela qual você morre de rir durante uma sessão de fotos?
Em nossas mentes distorcidas, as fotos se tornam espelhos congelados que podemos observar à medida que separamos nossas características do todo inúmeras vezes.
Eu sei menina, eu sei.
Meu método de proteção pessoal (ou marca registrada “faça cara de engraçada”) em relação às minhas fotos mudou completamente quando sofri um sério acidente de carro no ano passado (e recomecei). No instante de um segundo (ou instante de uma mensagem de texto que uma jovem estava lendo) minha vida mudou completamente. Eu quase deixei este planeta sem nenhuma evidência do amor brincalhão, aberto e estridente que tenho por minha vida, meu marido, minha família e amigos. Não havia mais tirado fotos profissionais desde nosso casamento em 2006… sempre esperando por esse ilusório momento quando eu estaria magra o suficiente (muito magra) para ter tal registro permanente de mim mesma. Porque, sabe como é, que DEUS NÃO PERMITA nenhuma prova da minha aparência como realmente é.
Então gente, esta é a dura verdade. Ouçam bem. Nossa vaidade já não é razão suficiente para evitar a câmera. A vida não espera até você “ficar magra” o suficiente para capturar isso. A vida está acontecendo… está acontecendo neste exato momento, e o único momento garantido é o que estamos vivendo. Eu estremeço com o pensamento de não deixar nenhuma foto da minha vida COMIGO nela. Sobre o acidente, minha mãe diz que “está contente simplesmente por ainda termos a família inteira“. Meu presente para ela no Natal foi um retrato de família mostrando apenas isso, nove meses após o acidente… a família inteira.
Você sabe o que meu marido vê? A família que ganhou quando me conheceu (e como ele se parece com meu pai…).
Você sabe o que meu pai vê? A família feliz para a qual ele trabalhou todos os dias de sua vida.
Você sabe o que meu irmão vê? Que ele saiu na foto usando bermuda…
Chocante: ninguém está olhando o quanto estou gorda.
Podemos entrar em um acordo para colocar o valor da família acima do valor da gordura? Podemos simplesmente aceitar que o peso que você está tentando perder há cinco anos pode apenas ser parte da sua aparência… e que, se este dia mágico quando você estará aceitavelmente MAGRA chegar, ainda se arrependerá de não ter fotos com seus filhos dos 5 aos 10 anos? Podemos reconhecer que as inseguranças que temos em nossas mentes nunca serão parte de como nossos filhos, maridos e amigos nos veem? Podemos, por favor, permitir que nossos entes queridos se lembrem de VOCÊ, da pessoa que eles amam?
Seus filhos querem fotos com a mãe deles.
Seu marido quer fotos com sua linda esposa.
Sua mãe e seu pai querem fotos da mulher feliz, incrível e bem-sucedida que eles criaram (OK, e mais fotos dos netos com você nelas).
E se você pensa que aquela amiga do colégio no Facebook vai dizer para si mesma (“nossa, como ela engordou”) então…esta é a manchete: sim. Você engordou. Derrame uma lágrima. Leia um livro. Beba um chá doce. Assista à Oprah. Faça qualquer coisa. Aceite esta realidade… VOCÊ ENGORDOU. A verdade é que você também ganhou muitas outras coisas (uma carreira, uma família, alguns filhos, uma casa, o amor pelas viagens, a capacidade de combinar suas peças de roupas…), e aquela garota do colégio vai passar mais tempo odiando essas coisas do que sua papada.
Então você está se sentindo muito gorda para ser fotografada? OK… mas você é a única que repara. Nós outros estamos muito ocupados em amar você.