Esporte é educação

Para crianças e jovens, a prática esportiva traz uma série de benefícios significativos em termos físicos, cognitivos, emocionais e sociais

A cada quatro anos, o Brasil se mobiliza em torno dos Jogos Olímpicos. É verdade que a mobilização não está no mesmo nível de uma Copa do Mundo de futebol, em que até empresas privadas liberam seus funcionários em dias de jogos da seleção. Ainda assim, brasileiros vibram a cada chance de medalha olímpica, mesmo que seja um esporte que sequer tenhamos noção das regras.

Não tem sido diferente com as Olimpíadas deste ano, iniciadas em Paris no último dia 24 de julho. Em uma semana de Jogos, já celebramos pódios na ginástica artística, judô, skate street e marcha atlética. São 275 atletas na nossa delegação lutando pelo sonho de trazer uma medalha olímpica para casa.

Estar em Paris-2024 é o resultado de uma mobilização que começou muito antes de julho. É um longo treinamento no ciclo olímpico e uma vida inteira de dedicação. Para nós, meros mortais torcedores acompanhando pela TV e internet, o esporte é entretenimento. Para eles, é um dos mais importantes passos de sua carreira.

Boa parte destes atletas tem no esporte uma ferramenta de transformação. Isso ocorre não apenas com aqueles de alto rendimento, mas também com tantos outros que encontram no esporte uma forma de ter perspectiva e abrir portas.

Para crianças e jovens, a prática esportiva traz uma série de benefícios significativos em termos físicos, cognitivos, emocionais e sociais. Melhorar o desenvolvimento motor, desenvolver uma mentalidade resiliente e promover a socialização e o trabalho em equipe são alguns exemplos desses benefícios.

Por isso, o investimento público em esporte se justifica e traz retornos para atletas e sociedade. Dos que estão em Paris, quase 90% recebem o Bolsa Atleta, que é um dos principais braços do investimento federal na área. Desde 2004, quando foi criado, mais de 37 mil atletas foram beneficiados com a bolsa.

Outras iniciativas federais, como a Lei de Incentivo ao Esporte e a Lei das Loterias, contribuíram nas últimas duas décadas para profissionalizar o setor e oferecer oportunidades a milhares de pessoas. Mas ainda estamos distantes de oferecer todas as condições dignas para potenciais atletas país afora.

Apenas uma a cada três escolas públicas de anos iniciais do ensino fundamental possui quadra de esportes —na rede privada são quase duas a cada três escolas. Além da lacuna de infraestrutura física escolar, equipamentos públicos esportivos ficam restritos às grandes cidades, longe de alcançar todos os nossos potenciais atletas.

Investir em esporte de base significa investir em oportunidades para crianças e jovens potencializarem seu desenvolvimento integral. O bom rendimento em esportes vai muito além do nosso entretenimento.

+ sobre o tema

“Sofri durante 10 anos com ataques racistas”, diz Glória Maria

A jornalista considera o Brasil "o país mais racista...

Inocente preso por engano há um ano deixa a cadeia

Hércules Menezes foi detido por estar na lista de...

Unilab, universidade pública mais preta do Brasil, pede ajuda e atenção

A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab)...

Otakus fazem protesto contra racismo no Japão

O Japão pode parecer um país pacífico e moderno...

para lembrar

Ivete Sangalo, até quando irá se apropriar e fechar os olhos?

Milionária, cantora que fez sucesso com música que descende...

Entenda a Lei de Cotas nas universidades federais

Há um mês a presidente Dilma Rousseff sancionou o...

Vice-prefeito de Gdansk faz declaração racista em plena Eurocopa

  O tema do racismo é uma das principais preocupações...

Queixas de racismo e xenofobia batem recordes em Portugal

Desde que a nova lei entrou em vigor em...
spot_imgspot_img

Os incomodados que se retirem

O racismo "dói na alma". Palavras de um jovem atleta que carrega consigo "um defeito de cor" que se sobrepõe ao talento: é negro. Essa é...

A polêmica tem nome: racismo

O carnaval chegou ao fim, tiremos a fantasia. Existe um nome para a polêmica sobre os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial. Sete letras....

Para quem acredita na vida

A categoria “enredo afro” me soa sempre como um pleonasmo, algo como “feijoada brasileira” ou “fado português”. Ninguém é obrigado a nada, mas escolher...
-+=