Deshauna Barber revela como usar o seu cabelo natural no evento deste ano também representou uma grande vitória.
Kára McCullough ganhou projeção internacional quando, no mês passado, foi coroada Miss USA 2017 com seu cabelo natural. Apesar do receio de surgir com seus cachos, a competidora de Columbia decidiu investir no visual para que “outras mulheres se sentissem representadas”, como contou ao site Refinery29.
Naquela mesma noite, outra mulher chamou atenção pelo mesmo motivo: Deshauna Barber. A Miss USA 2016 subiu ao palco com um penteado com o qual poucas vezes foi vista durante seu reinado. “Minha mãe sempre me incentivou a usar o cabelo natural, mas eu sempre disse que não.
Não achava que seria coroada Miss USA se meu cabelo estivesse em seu estado natural“, declarou ela, que perdeu a mãe em agosto do ano passado.
“Eu sabia que o concurso deste ano seria no Dia das Mães, então pensei ‘qual é a melhor forma de homenageá-la?’ Foi um grande segredo que nós mantivemos inclusive da produção, então todo mundo no palco viu meu afro ao mesmo tempo e eles ficaram tão chocados quanto o público”.
“Quando você é coroada com um visual, as pessoas esperam que você o mantenha. Muita gente do mundo dos concursos de beleza é ‘old school’. Eles acreditam em um look tradicional, em uma Miss USA tradicional. Porém, na minha opinião, a organização está tentado se abrir”.
“Quando eles anunciaram Kára neste ano, eu quase tive um ataque do coração. Aquele momento foi tão bom não apenas por abraçar a diversidade de raças e contextos sociais, mas a diversidade de belezas e texturas de cabelo. Para mim, o ato de desfilar com meu cabelo natural e coroar alguém que está usando seu cabelo natural quebrou algumas barreiras. Isso ajudou a abrir um mundo de possibilidades para as garotas que se sentem pressionadas a alisar seus cachos e adicionar apliques”.
Deshauna precisou passar por muitas situações ofensivas para chegar onde chegou. Ela relembra que durante sua participação no Miss Universo, por exemplo, enfrentou diversos comentários racistas.
“Competir no Miss Universo e lidar com os fãs das outras competidoras foi difícil. Eu não tinha ideia do racismo que eu sofreria internacionalmente. Eles me mandavam emojis de macacos, mas eu não falei sobre isso na época porque não queria causar nenhum tipo de constrangimento”, relembra.
“A internet virou uma espaço recheado de ódio e por isso é tão importante ter confiança em mim. Eu poderia ter deixado as palavras dessas pessoas me atingirem, mas a verdade é que quando você está fazendo algo com o que as pessoas não estão acostumados, algumas simplesmente não vão gostar.”
Eu não posso mudar quem eu sou para fazer com que outros se sintam confortáveis.
Se eles são ignorantes, não há nada em mim que eu possa mudar para que eles deixem de ser”, finaliza.