Exposição marca Mês da Consciência Negra na Uneal

A partir do dia três de novembro, a Biblioteca Central do Campus I, da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), em Arapiraca, receberá a exposição itinerante em homenagem à historiadora, filósofa, professora e escritora brasileira, Lélia Gonzalez. O evento intitulado “Feminismo negro palco da história”, seguirá até o fim do mês, como parte das comemorações do Mês da Consciência Negra.

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A exposição chega à Uneal por meio da iniciativa do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), coordenado pelo professor Clébio Correia de Araújo. Ela consta de painéis com textos, arquivos históricos, fotos, história de vida, entre outras diversas peças que marcaram a trajetória política e intelectual da feminista negra Lélia Gonzalez, pioneira nas críticas brasileiras ao feminismo hegemônico.

Ainda na noite de abertura da exposição, acontecerá, a partir das 19 horas, também na Biblioteca Central do Campus I, uma palestra com a professora Angela Brito, do curso de História da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Logo na sequência, a cantora Nati Barros, fará um show na Tenda Cultural Professor Zezito Guedes.

Segundo o coordenador do Neab, existe a possibilidade de levar a exposição para outros campi da Uneal. “Trata-se de uma iniciativa importante para nós do movimento negro. Com seu trabalho, Lélia Gonzalez chamou atenção para a temática do preconceito contra a mulher negra em nossa sociedade, algo combatido até hoje, graças também às ações dela”, frisou.

Ícone brasileiro

Lélia Gonzalez é um ícone brasileiro quando se trata da luta e defesa dos direitos dos negros e principalmente das mulheres negras. Filha de um ferroviário negro e de uma empregada doméstica índia, fez mestrado em Comunicação Social e o doutorado em Antropologia Política.

Após a conclusão do seu doutorado, a estudiosa começou a se dedicar a pesquisas sobre relações de gênero e etnia. Foi professora de Cultura Brasileira na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), onde chefiou o departamento de Sociologia e Política. Além disso, ajudou a fundar instituições como o Movimento Negro Unificado (MNU), o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), o Coletivo de Mulheres Negras N’Zinga e o Olodum.

Sua militância em defesa da mulher negra levou-a ao Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), no qual atuou na década de 1980. Seus escritos, simultaneamente permeados pelos cenários da ditadura política e da emergência dos movimentos sociais, são reveladores das múltiplas inserções e identificam sua constante preocupação em articular as lutas mais amplas da sociedade com a demanda específica dos negros e, em especial das mulheres negras.

A exposição “Feminismo Negro Palco da História”, em homenagem à estudiosa Lélia Gonzalez, seguirá até o final do mês de novembro.

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