Famosos contam o que acham do preconceito

Até celebridades passam por situações constrangedoras. O ator Jonathan Azevedo, 25 anos, o Fojô de Malhação, da Globo, sofreu racismo há dois anos. Ele estava com a namorada em um shopping do Rio de Janeiro e deixou a garota na fila do cinema enquanto falava ao telefone. Quando voltou, o segurança o abordou. “Disse que não era para pedir dinheiro para a moça, mas só estava dando o meu cartão de crédito para ela. Na hora pedi para ela ficar calma e conversei com ele. Expliquei a situação com educação”, lembra o ator, que admite ter ficado chateado.

Para ele, a maior dificuldade é lidar com o próprio preconceito. “Eu digo a mim mesmo muitos ‘nãos’. Já me peguei várias vezes deixando de ir a certos lugares porque o modo de me vestir não era adequado.” Jonathan coleciona oito participações em novelas, 18 peças de teatro e oito filmes. “Já fiz muito bandido e acredito que não seja por ser negro, mas era um caminho que tinha de trilhar até mostrar que tenho talento para fazer outros papéis.” Quando faz testes e não rola o personagem, o ator age com naturalidade. “Sempre encaro como se não fosse para ser meu.”

Outro que aproveitou as oportunidades da vida profissional foi o ator Micael Borges, 23, o Pedro de Rebelde, da Record. Ele começou na vida artística aos 6 anos. “O mercado é muito competitivo. Ser negro e vir de uma comunidade carente (como a do Vidigal, do Rio de Janeiro) é um desafio ainda maior. No começo sofri preconceito”, diz Micael, que acredita que os papéis para atores negros ainda são bem limitados.

O ator Vitor Lucas David dos Santos, 19, o Leonardo de Fina Estampa, da Globo, concorda com os colegas de profissão. Ele lembra que quando era criança sentia que o achavam diferente. “Hoje o preconceito ainda existe, mas está maquiado.” A carreira no teatro o ajudou a se livrar dos medos. “Pude ser quem eu era de verdade e várias outras pessoas também me viram assim”, revela o ator, que começou na carreira aos 4 anos.

Eles fizeram história

Nelson Mandela – Principal representante do antiapartheid (política racial implantada na África do Sul, em que a minoria branca detinha o poder no país). Ficou preso entre 1962 e 1990 por tentar mudar isso e acabou sendo o primeiro presidente negro do país entre 1994 e 1999.

Martin Luther King – Tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Fez campanha mundial de não violência e foi o mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz, em 1964, aos 35 anos, pouco antes de ser assassinado.

Oprah Winfrey – Famosa por The Oprah Winfrey Show, a apresentadora alavancou o programa com a maior audiência dos Estados Unidos. Depois de 20 anos no ar, Oprah encerrou o talk show como a negra mais rica do século 20.

Barack Obama – O democrata marcou a política norte-americana ao ser eleito o primeiro presidente negro com recorde de votação em 2008.

Taís Araújo – Foi a primeira protagonista negra da novela das 20h da Globo, em Viver a Vida (2009). Taís disse que quando era criança não tinha em quem se espelhar e agora há referências na televisão.

A Princesa e o Sapo – Tiana é o nome da primeira princesa negra dos estúdios Disney. O desenho foi lançado em 2009.

Fonte: Diario do ABC

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