Fejunes compõe grupo que busca conter extermínio de jovens negros

Por: Lívia Francez

 

 

Visando a impedir que avance ainda mais o extermínio da juventude negra no Estado, representantes do Fórum Estadual da Juventude Negra (Fejunes), ligados ao Fórum Nacional de Juventude Negra (Fonajune), vão passar a integrar um Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de conscientizar os operadores de segurança pública do Estado da necessidade de reavaliar a questão étnico-racial que permeia a discussão sobre a violência contra jovens negros no Estado.

 

A formação do GT foi estabelecida durante o seminário Segurança Pública e Promoção da Igualdade Social, realizado em Brasília pelos Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores e pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da presidência da República. O presidente do Fejunes, Luiz Inácio Silva da Rocha acredita, que a formação do grupo pode trazer avanços na luta contra o preconceito que vitima a juventude negra, sob permanente risco de extermínio no Estado.

 

Ele acrescenta que ainda no início de junho próximo deve acontecer a primeira reunião do GT, também composto por coronéis, delegados de polícia e representantes do Ministério da Justiça. Eles vão definir as diretrizes do trabalho a ser realizado.

 

A entidade denuncia permanentemente o extermínio da juventude negra. Isso acontece porque a maioria dos jovens negros está em áreas de baixa qualidade de vida urbana e não conta com nenhuma política social para melhorar de vida. Além disso, enfrenta perseguições decorrentes do racismo que ainda persiste na sociedade.

 

No Estado, o jovem, principalmente negro e de periferia, não é visto como vítima e sim como opressor, que é como o poder público o vem tratando atualmente. Todo o universo de jovens negros é considerado marginal e é preciso desenvolver políticas públicas, sociais e de trabalho para que esses jovens sejam recolocados no mercado de trabalho e, consequentemente, caia o número de homicídios entre eles.

 

Segundo dados divulgados pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Observatórios de Favelas e Unicef, mais de 33,5 mil jovens de 12 a 18 anos estão marcados para morrer violentamente no período empreendido entre 2006 e 2012, caso os índices de violência no Brasil não se reduzam nos próximos anos. Ainda de acordo com os estudos, a média de adolescentes assassinados no País antes de completarem 19 anos é de 2,03 para cada grupo de mil.

 

 

Fonte: SeculoDiario

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