Belo Horizonte (Brasil)– O Festival de Arte Negra que seria realizado de 4 a 9 de outubro em Lagos, Nigéria, homenageando o Brasil, foi cancelado hoje por falta de apoio do governo brasileiro. O anúncio do cancelamento do evento foi feito pelo diretor do Instituto Yoruba, entidade curadora do evento no Brasil e sediada em Belo Horizonte. Olú Akínrúlí encaminhou correspondência oficial aos órgãos governamentais que se comprometeram a apoiar o festival enviando delegação. Uma carta à Presidenta da República Dilma Roussef também deverá ser enviada nas próximas horas comunicando a decisão tomada pelos organizadores do festival na Nigéria.
O festival, evento internacional anual que tem despontado como espaço privilegiado para o debate sobre as artes na África e em suas diásporas, é coordenado pelo Prêmio Nobel de Literatura em 1986, o escritor nigeriano Wole Soyinca, que ano passado esteve no Brasil para solicitar apoio público governamental para o evento. Em seguida, foram feitas várias reuniões na busca de parcerias, empreendidas pelo Instituto Yoruba.
Em nome da comissão organizadora, Akínrúlí disse que o motivo do cancelamento foi “a falta de apoio do governo brasileiro e de consideração ao evento” já que o Brasil era o país a ser homenageado, tendo como personalidade simbólica o artista social Abdias Nascimento e como convidada de honra, a Iyalorixa Mãe Beata de Iemanjá. Ele informou que mesmo o esforço de alguns órgãos em formar delegações “não confirmadas até o momento” não foi suficiente para prosseguir com a organização do evento.
Herança africana – Com o tema As cores africanas no Brasil, o Lagos Black Heritage Festival aconteceria em duas etapas, a primeira em março e a segunda agora em outubro, com a realização de um Simpósio. As edições do FAN aconteceram nos anos 1977, 2009, 2010, 2011 e 2012, nesse último homenageando a Itália. O Brasil seria o segundo país a ser homenageado pelo FAN.
O Festival de Arte Negra tem como objetivo celebrar a criatividade Africana nas diversas linguagens artísticas como a dança tradicional e contemporânea, música, pintura, fotografia, teatro, design, cinema entre outras expressões artísticas e intelectuais. A expectativa da participação do Brasil era consolidar o evento como um programa cultural de grande porte, “cruzando e articulando com solidez as diversas linguagens artísticas da Nigéria e dos países convidados”, de acordo com o presidente da organização, Olú Akínrúlí, também coordenador do Centro de Negócios, Cultura e Cooperação Nigéria-Brasil.
Fonte: Alai Online