Diversificar e enegrecer o cinema brasileiro. Esse é o objetivo do 8º Encontro de Cinema Negro, que acontece em maio no Rio de Janeiro. O festival foi lançado nesta quarta-feira em um ciclo de debates realizado na Biblioteca Parque Estadual, no centro da cidade.
Por Lígia Souto, do EBC
Ele vai reunir mais de 60 filmes que têm em comum o olhar negro sobre a realidade. São 32 filmes brasileiros, além de obras caribenhas e africanas. De acordo com o cineasta e curador do Encontro, Joel Zito Araújo, apesar de incentivar a dramaturgia negra, os filmes selecionados não abordam apenas o racismo.
Eles exploram também temas como ancestralidade e religião em diferentes formatos que vão do documentário à ficção. Para o cineasta, há ainda um longo caminho a se percorrer para mudar a representação do audiovisual no Brasil, mas, o aumento no número de filmes inscritos anuncia, segundo ele, novos caminhos para o cinema brasileiro.
A diretora de arte Biza Vianna, que assumiu o desafio dos encontros após a morte do marido, o ator e cineasta Zózimo Bulbul, ressalta a importância de se dar visibilidade e espaço para o cinema negro.
A estudante de Comunicação e cineasta Yasmin Tainá Neves foi uma das selecionadas para exibir seu filme durante o festival. Ela explica que o curta Cabela é uma ficção sobre o cotidiano de mulheres negras.
Os filmes selecionados serão exibidos entre os dias 27 de maio e 2 de junho no cinema Odeon e no Centro Cultural Justiça Federal, com ingressos a preços populares.