Filme sobre violência policial “Monsters and Men” me abalou, diz John David Washington filho de Denzel

Como um norte-americano negro, o ator John David Washington não desconhece a violência e o racismo.

por Rollo Ross no Terra

Ator John David Washington Foto – REUTERS:Chris Helgren

Mas Washington, filho do também ator Denzel Washington, disse ter ficado abalado quando se preparava para interpretar um policial de Nova York que se envolve na morte a tiros de um homem negro desarmado no filme “Monsters and Men”.

“Acompanhei rondas de policiais durante cerca de um mês, e foram noites insones para mim. Vi um homem ser baleado e quase sangrar até morrer. Isso foi no meu primeiro dia”, disse Washington à Reuters Television sobre sua pesquisa para o papel.

“Vi coisas sobre as quais não quero falar muito, mas com as quais vou conviver para sempre. Mas depois pensei que eles vivem assim o tempo todo. E como você se desliga disso? Como vai a um churrasco de família depois de ter feito um turno de 12 ou 13 horas vendo pessoas morrerem baleadas?”, indagou.

“Monsters and Men”, que estreia nos cinemas dos EUA na sexta-feira, tampouco tem respostas fáceis.

Título mais recente de uma série de filmes inspirados pelas mortes de homens e mulheres desarmados causadas por policiais, que provocaram tumultos e protestos em massa em cidades norte-americanas, o longa dramatiza um destes incidentes e mostra seus efeitos em três negros que moram no bairro nova-iorquino do Brooklyn.

Anthony Ramos vive um pai jovem que filma uma das mortes com o celular e hesita em divulgar o vídeo, enquanto o personagem de Washington enfrenta o dilema de um erro de um de seus colegas e Kelvin Harris Jr. interpreta um jogador de beisebol adolescente que é politizado pelo acontecimento.

“Monsters and Men” incita as plateias a se fazerem perguntas semelhantes.

“O filme não é sugestivo. Ele escancara o que está acontecendo no nosso país neste momento, tanto positiva quanto negativamente”, disse Washington, de 34 anos.

“Isso talvez só ajude a lançar algumas ideias ou alguns lembretes de como estamos divididos, então quem sabe inspiramos alguém a encontrar a solução e iniciar o diálogo”.

As mortes provocadas por policiais e as relações raciais nos EUA também deram ensejo à série “Seven Seconds”, do Netflix, aos filmes “Infiltrado na Klan” e “Ponto Cego”, lançados em meados deste ano, e ao ainda inédito “The Hate U Give.”

+ sobre o tema

Veículos de comunicação popular do Rio discutem pouco o racismo, diz pesquisa

por Cristina Indio do Brasil A organização não governamental Observatório de...

A taça de assassinatos é nossa

André Barrocal Nenhum país registra tantos homicídios quanto o Brasil A...

Democracia não combina com racismo

A frase que dá título a este texto é...

para lembrar

A Bolha de Violência: O noticiário e a propaganda oficial

Por Luciano Martins Costa A reportagem que faz a...

O Rio de janeiro continua… segregacionista

O samba de Gilberto Gil, intitulado de “Aquele abraço”...

Time ameaça deixar Campeonato Turco por causa de torcedores racistas

Fonte: G1   Istambul, 2 nov (EFE).- O Diyarbakirspor,...

Está tudo sob controle?

por: Edson Lopes Cardoso Ainda restam algumas questões a serem...
spot_imgspot_img

Segurança pública e democracia são inseparáveis

Participei, no sábado (21), de um evento suprapartidário que envolveu, entre diversas autoridades, o secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, e José Carlos...

Defensora pública aposentada é condenada por injúria racial contra entregadores

Lembra do caso da defensora pública aposentada Claudia Alvarim Barrozo, acusada de injúria racial contra entregadores que estacionaram uma van em frente à sua...

Salvador e São Paulo são as capitais com maior desequilíbrio racial; entenda o índice que mede a desigualdade

O Ifer (Índice Folha de Equilíbrio Racial) representa uma forma intuitiva de medir o viés social e racial da sociedade brasileira e, com isso,...
-+=