Foto: Agencia Senado
A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Vera Lúcia Santana Araújo, sofreu um episódio de racismo no dia 16 de maio. A magistrada foi impedida de entrar no seminário “Gestão Pública – Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação”, realizado em Brasília, mesmo sendo uma das palestrantes e membra da mais alta Corte Eleitoral do país.
O conflito começou quando a equipe de recepção do evento barrou o acesso de Araújo, alegando a ausência do seu nome na lista de pessoas convidadas. Prontamente, a jurista apresentou sua carteira funcional, mas foi em vão. As atendentes ignoraram o documento e optaram por acionar um segurança, que também escolheu não checar a identificação. A autorização só ocorreu após a intervenção de integrantes da organização.
Trata-se de um caso exemplar de racismo institucional, mantido e praticado mesmo diante de títulos, cargos e credenciais. Vera Lúcia foi desacreditada, desautorizada e constrangida: o corpo negro segue sendo suspeito, mesmo quando ministra de Estado.
A violência aqui não é acidental, nem exceção. É expressão de uma estrutura que nega à população negra o direito de pertencer aos espaços de poder.
Geledés – Instituto da Mulher Negra repudia o caso de racismo e expressa total solidariedade à ministra Vera Lúcia. É inadmissível e lamentável que ela tenha passado por uma situação como essa no exercício de suas funções. Diante disso, exigimos das autoridades competentes a imediata apuração dos fatos, com investigação célere e responsabilização exemplar dos envolvidos, como forma de afirmar o Estado Democrático de Direito e demonstrar que o racismo não será naturalizado nem permanecerá impune.
Esperamos, ainda, que seja feita à ministra uma justa reparação pelo agravo sofrido.