Gomes Sambo lamenta mortes maternas em África durante parto

Luanda – O director regional da OMS (Organização Mundial da Saúde), Luís Gomes Sambo, lamentou hoje, quinta-feira, que apesar dos progressos significativos realizados pelos países na redução das mortes maternas, algumas mulheres em África ainda perdem as suas vidas durante o parto, por causas e infecções bem conhecidas e que podem ser evitadas ou tratadas.

A informação consta de uma mensagem do director da OMS por ocasião do Dia da Saúde da Mulher na Região Africana que hoje se assinala (4 de Setembro), sob o tema: ‘Acabar com as mortes maternas evitáveis em África’.

Segundo Luís Sambo, o  acesso limitado aos cuidados de saúde, unidades de saúde degradadas e recursos insuficientes são alguns dos maiores desafios que dificultam os progressos na luta para pôr fim às mortes maternas e infantis evitáveis.

“Esta situação é agravada por factores como a pobreza, os conflitos armados, a elevada taxa de gravidez precoce, bem como a pandemia do Vih/Sida”, considerou.

Além disso, referiu que as causas das mortes maternas estão profundamente enraizadas na fraca capacitação das mulheres na região.

De acordo com o responsável, colocar a saúde das mulheres e das crianças em primeiro lugar é uma das seis áreas prioritárias da OMS, e por isso ao longo dos anos, a organização e os seus parceiros vêm prestando apoio aos países na implementação de várias intervenções para tentar solucionar estes problemas.

Garantiu que a organização também continua envolvida em campanhas regulares de advocacia para acabar com as mortes maternas evitáveis em África.

Assim, os ministros africanos da saúde, que se reuniram na Primeira Reunião Ministerial Conjunta da Comissão da União Africana e da OMS, realizada em Luanda, em Abril deste ano, comprometeram-se a reduzir as mortes maternas para menos de 70 mortes maternas por cada 100 mil nados-vivos até 2035.

Entre outras acções, fez saber que os ministros também decidiram assegurar que todas as mulheres e crianças são abrangidas por intervenções comprovadas e com grande impacto, sobretudo as famílias mais pobres e que são mais difíceis de alcançar.

Comprometeram-se igualmente a aumentar o investimento nos profissionais de saúde e contribuir para enfrentar os determinantes sociais, comportamentais, económicos e ambientais da saúde.

“Ao comemorarmos o Dia da Saúde da Mulher, gostaria de sublinhar o papel crucial das parcerias com outros sectores, uma vez que muitos dos determinantes da saúde da mulher estão  enraizados noutros factores, como a educação e o ambiente”, salientou.

 

Fonte: Angola Press

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