No mês da Consciência Negra, o Sesc Pompeia recebe a segunda edição do projeto Gritem-me, Negra!, que reúne mulheres negras e indígenas, militantes, intelectuais e artistas para reflexão sobre empoderamento feminino, representatividade, e combate ao racismo.
A curadoria da programação é do Sesc Pompeia em parceria com o projeto Empoderadas, de Renata Martins. As atividades convidam o público a entender melhor temas como: feminismo negro; ativismo nas redes sociais; ancestralidade afroindígena, mestiçagem e consciência racial no Brasil. A programação acontece entre os dias 8 a 27 de novembro.
Confira a programação completa:
Performances
Deformação – de Priscila Rezende
Dia 12 de novembro, sábado, às 20h.
“Deformação” busca expor um conflito comumente enfrentado por mulheres negras e à margem do padrão estético imposto por nosso meio social, que se veem segregadas, menosprezadas e não representadas em nossos meios
midiáticos e até mesmo em ambientes de convívio diário. Muitas vezes, essas mulheres não se figuram como referências de “boa aparência” e “beleza”, tornando claras e concretas as feridas incutidas na autoestima destas mulheres.
Sobre Priscila Rezende: é a artista e recreadora. Desenvolve um trabalho como performer, em que seu corpo é colocado em situações que questionam o espaço social destinado à mulher negra. Parte de experiências pessoais, de
forma direta e honesta, propondo uma poética carregada de forte teor sociopolítico, abordando questões étnicas e de gênero na sociedade brasileira.
Local: Área de Convivência. Livre e grátis
Microsoft Word – Release Sesc_ Gritem-Me Negra_
Bombril – de Priscila Rezende
Dia 13 de novembro, domingo, às 16h.
“Bombril”, além de uma conhecida marca de produtos para limpeza e de uso doméstico, faz parte de uma extensa lista de apelidos pejorativos, utilizados em nossa sociedade para se referir à uma característica do indivíduo negro, o cabelo. Na performance, o corpo da artista se apropria da posição pejorativa a ele atribuída, transformando-se em uma imagem de confronto. Nesse contexto, o espectador se defronta com sua própria fala discriminatória e é obrigado a encará-la, sem que haja opções para evasivas, subterfúgios ou digressões. Realizada originalmente em 2010, a artista Priscila Rezende esfrega uma determinada quantidade de objetos de material metálico, e usualmente de origem doméstica, com seus próprios cabelos.
Sobre Priscila Rezende: Graduada em Artes Plásticas pela Escola Guignard-UEMG. A inserção e presença do indivíduo negro na sociedade brasileira atuam como principais questionamentos levantados no trabalho de Priscila Rezende.
Discriminação e estereótipos estão presentes em ações corporais viscerais, que estabelecem com o público um diálogo direto e claro.
Local: Área de Convivência. Livre e grátis.
Can you see it? – Performance de Val Souza
Dia 26 de novembro, sábado, às 20h.
Dia 27 de novembro, domingo, às 16h.
No solo “Can You See It?”, a paulistana desenvolve as potencialidades periféricas, que são acompanhadas por uma trilha sonora fundamentada no funk e no pagode baiano, populares principalmente nas extremidades das periferias das regiões Sudeste e Nordeste do Brasil. Assim, o público é convidado a experienciar essa imersão sonora, imagética, sensorial e gustativa.
Sobre Val Souza: é artista e mestranda pela Universidade Federal da Bahia. Sua pesquisa tem cor, gênero e classe social: mulheres negras. Atualmente tem construído uma autografia dançada (Experimentos de NEGRAÇÃO), em que, como em molduras, registra lugares da memória, presença e ancestralidade.
Local: Área de Convivência. Livre e grátis.
Vivências
O Pensamento de Angela Davis – com Jaque Conceição
Dia 8 de novembro, terça-feira, das 19h30 às 21h30.
Vivência que aborda os temas presentes no pensamento da ativista e intelectual Angela Davis, tais como: liberdade, feminismo negro, racismo e complexo industrial prisional.
Sobre a Profª Jaque Conceição: É mestra em Educação: História, Politica, Sociedade pela PUC-SP, e ativista pelos direitos humanos. Nos últimos dois anos, vem pesquisando e discutindo sobre feminismo negro e o Pensamento de Angela Davis. É fundadora e coordenadora do Coletivo Di Jejê e atualmente ministra cursos e palestras sobre gênero e relações étnico-raciais no Brasil.
Local: Espaço Cênico. Livre. Grátis. Vagas limitadas.
bell hooks*: A Escrita que Transcende a Mulher – com Juliana Gonçalves
Dia 9 de novembro, quarta-feira, das 19h30 às 21h30.
Apresentação da escritora negra, estadunidense, teórica feminista e crítica cultural. bell trazia seu nome grafado em minúsculas porque acredita que sua escrita é maior que ela mesma. A escritora escreve com maestria sobre raça, gênero e classe como elementos indissociáveis no contexto histórico norteamericano para entender a construção da identidade negra. Ela versou inclusive sobre a intelectualidade negra, seus desafios e horizontes. bell parte muitas vezes de sua experiência no mundo para trazer reflexões sobre o corpo negro na sociedade atual, o amor como elemento político e o acesso a educação como forma de se conquistar a igualdade.
Sobre Juliana Gonçalves: mulher negra, mãe e jornalista formada pela Universidade Mackenzie. É pós-graduada em Jornalismo Literário. Como militante, integra a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de São Paulo
(COJIRA). Atualmente, é repórter do Brasil de Fato e colunista da revista eletrônica Calle 2, em que compartilha histórias que versam sobre sua condição no mundo: mulher negra, periférica, afrolatina, quiçá, livre.
Local: Espaço Cênico. Livre. Grátis. Vagas limitadas
Resistência e Identidade Afro-brasileira em Beatriz Nascimento – com Juliana Borges
Dia 10 de novembro, quinta-feira, das 19h30 às 21h30.
A partir da leitura e retomada do pensamento da intelectual, historiadora e ativista Maria Beatriz Nascimento, discutiremos as possibilidades de estabelecer paralelos entre a concepção de “quilombo” e as manifestações culturais contemporâneas como espaços de resistência cultural e reconstrução das identidades, a luz da perspectiva interseccional e do Feminismo Negro, afrobrasileiras. Buscamos novos quilombos? Quais as ressignificações simbólicas e de objetivos estão inseridas nestes espaços? Estas são algumas questões que pretendemos discutir.
Sobre Juliana Borges: foi Secretária-Adjunta de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de São Paulo. Formada em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo, é pesquisadora em Antropologia na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde cursa graduação em Sociologia.
Local: Espaço Cênico. Livre. Grátis. Vagas limitadas.
Lélia Gonzalez: O Pensamento Vivo e o Legado Entre Nós – com Joice Berth
Dia 11 de novembro, sexta-feira, das 19h30 às 21h30
A vivência traz uma série de reflexões presentes no pensamento da autora Lélia Gonzalez, e pautadas por um pensamento central para as mulheres latinoamericanas: “Nós não podemos reproduzir mecanicamente as propostas de um movimento feminista judaico-cristão”. A seguir, os itens a serem trabalhados no encontro:
1. Breve biografia: onde nasceu, família, trajetória acadêmica;
2. Renascer na militância e a autocrítica como instrumento de luta: nos braços do feminismo negro;
3. Introduzindo as questões raciais no universo acadêmico brasileiro: lutando contra o epstemicídio dos intelectuais negros;
4. O mundo precisa saber: o desmanche internacional do mito da democracia racial;
5. Obras, pensamentos, apontamentos e apurações: os produtos de uma mente brilhante;
6. O pensamento de Lélia como legado da contemporaneidade;
7. O feminismo negro: o legado fundamental de Lélia Gonzáles;
8. Principais vídeos, livros, artigos produzidos por Lélia Gonzáles: breve introdução e roteiro.
Sobre Joice Berth: arquiteta e urbanista, feminista, escritora, colunista de portais como Justificando e Língua de Trapo. É pesquisadora sobre questões raciais e feminismo negro e uma das organizadoras da Virada Feminista, pela
descriminalização do aborto.
Local: Espaço Cênico. Livre. Grátis. Vagas limitadas.
Feminismo Negro no Brasil – com Jaque Conceição
Dia 12 de novembro, sábado, das 10h30 às 17h30.
O minicurso aborda o processo de organização e articulação do feminismo negro no Brasil, a partir de uma perspectiva historiográfica.
Sobre a Profª Jaque Conceição: É mestra em Educação: História, Politica, Sociedade pela PUC-SP, e ativista pelos direitos humanos. Nos últimos dois anos, vem pesquisando e discutindo sobre feminismo negro e o Pensamento de Angela Davis. É fundadora e coordenadora do Coletivo Di Jejê e atualmente ministra cursos e palestras sobre gênero e relações étnico-raciais no Brasil.
Local: Espaço Cênico. Livre. Grátis. Vagas limitadas.
Exibição
Exibição de Curtas da 2ª Temporada da Websérie Empoderadas
De 17 a 20 de novembro, quinta a domingo.
O Projeto ‘Empoderadas’ é uma websérie em formato documental que visa apresentar mulheres negras das mais distintas áreas de atuação (artes, entretenimento, política, empreendedorismo e outras); que possibilitam o
empoderamento das demais mulheres. Criada por Renata Martins.
Sobre Renata Martins: cineasta formada pela Universidade Anhembi Morumbi e Pós-graduada em linguagens da Arte pela USP, diretora e roteirista com trabalhos premiados internacionalmente. Criadora da webserie Empoderadas.
Local: Comedoria. As exibições antecedem os shows da semana. Quinta a domingo.
Oficinas
Bonecas Abayomi – com Lucia Makena
Dia 19 de novembro, sábado, Às 15h.
Por meio de atividades lúdicas, a oficina de bonecas de pano Abayomi propõe uma viagem entre Moçambique e Brasil, instigando a curiosidade de crianças, jovens e adultos sobre lindas riquezas do continente africano. Iniciando com uma contação de história sobre a protagonista Abayomi, todas(os) participantes serão levados a criarem, ao som de músicas africanas, bonecas e bonecos com a tradicional técnica de amarração.
Sobre Lucia Makena: arte-educadora, produtora, bonequeira e professora do Ensino Fundamental I.
Local: Biblioteca. Livre. Grátis. Inscrições com 30 minutos de antecedência da atividade no balcão da biblioteca.
Encontros temáticos
Representatividade Importa, Mas Quanto?
Dia 15 de novembro, terça-feira, das 17h às 19h.
Este encontro temático traz experiências de diversas mulheres negras quanto à importância da representatividade e seus possíveis limites para atuações políticas e poéticas.
Com a participação de Raquel Virgínia (As Bahias e A Cozinha Mineira), Djamila Ribeiro, Darília Lilbé (atriz), e Jaciana Melquíades (As Meninas Black Power – RJ).
Local: Área de Convivência. Livre. Grátis.
Tornar-se Negra
Dia 16 de novembro, quarta-feira, das 19h às 21h.
Encontro temático que traz experiências de diversas mulheres negras quanto ao processo de se descobrir negra e sua relação com mestiçagem e com o racismo no Brasil. Com a participação de Yzalú, Bianca Santana, Jessica Ipólito (blog Gorda e Sapatão), e Marie Rose Laure Jeanty.
Local: Área de Convivência. Livre. Grátis.
Ancestralidade e Racismo no Brasil
Dia 17 de novembro, quinta-feira, das 19h às 21h30.
Este encontro temático traz diversas experiências de mulheres quanto ao reconhecimento da ancestralidade afroindígena e as implicações desse reconhecimento nas reflexões sobre o racismo no Brasil. Com a participação de Jô Freitas (Coletivo Pretas Peri), Jerá Poty Mirim (Aldeia Tenondé Porã – Parelheiros), Juçara Marçal e Kanzelumuka.
Local: Área de Convivência. Livre. Grátis.
Avanços e Limites do Feminismo nas Redes Sociais
Dia 18 de novembro, sexta-feira, das 19h às 21h.
Encontro temático que traz as experiências e reflexões de diversas mulheres negras quanto aos avanços e limites da presença do feminismo negro nas redes sociais. Com a participação de Tia Má, Gabi Oliveira (Canal De Pretas) e Núbia Regina Moreira.
Local: Área de Convivência. Livre. Grátis.
Afetividade para as Mulheres Negras
Dia 19 de novembro, sábado, às 19h.
Encontro temático que aborda experiências de mulheres negras sobre questões dos afetos, como as relações afrocentradas e a solidão.
Com a participação de: Lucélia Sérgio, Claudete Alves, Ana Cláudia Lemos e Clélia Prestes.
Local: Área de Convivência (número de assentos limitados). Livre. Grátis.
Para Crianças
Ubuntu – Círculo de histórias, danças e músicas africanas – com a Cia. Alcina da Palavra
Dias 13, 20 e 27 de novembro, domingos, às 11h.
Acomodados em um tapete circular, atores, atrizes e musicistas irão contar, cantar e dançar histórias e músicas de tradição africana. Privilegiando contos de tradição oral, a atividade envolve adultos e crianças em uma dinâmica cujo enfoque é a riqueza cultural africana e afro-brasileira.
Local: Área de Convivência. Livre. Grátis.
Gritem-Me, Negra! | Consciência Negra
De 6 a 27 de novembro
SESC Pompeia – Rua Clélia, 93.
Não temos estacionamento. Para informações sobre outras programações, acesse o portal sescsp.org.br/pompeia
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