Grupo Pão de Açúcar atrasa investigação de agressão e racismo contra crianças

Os advogados dos menores agredidos por um segurança acusam o supermercado Extra, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar, de tentar impedir as investigações. A lista com o nome dos funcionários que trabalhavam no momento da ocorrência ainda não foi divulgada. Além disso, a empresa anunciou o desligamento do acusado, mas dias depois ele foi visto atuando na mesma loja.

O crime ocorreu no mês de janeiro, na unidade da Marginal Tietê, na Zona Leste da cidade de São Paulo. Em julho, a família de uma das crianças – identificada como “T” – recebeu uma indenização no valor de R$ 260 mil. Essa reparação foi negada aos outros dois garotos, segundo o advogado que os representa, Alexandre Oliveira Mariano. “Não existe prova nenhuma no inquérito de que houve furto, já que existe um circuito fechado e nada foi constatado porque eles não têm a gravação. Agora estão fazendo de tudo para a abafar e uma das maneiras que estão utilizando é enrolar, não deixar apurar, fazer confusão no inquérito.”

Acusadas de furto, as crianças foram levadas a uma salinha e obrigadas a tirar as roupas. O advogado de “T”, Dojival Vieira, lembra que o menor foi chamado de “negrinho fedido”. Os outros dois receberam tapas no peito e nos órgãos genitais.

“Foram violados os artigos 230 e 232 do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente]; foi praticado o crime de cárcere privado, pois as crianças foram levadas para uma salinha onde foram humilhadas, agredidas e ameaçadas; foi praticado, ainda, o crime de constrangimento ilegal, além, obviamente, do crime de injúria racial qualificada.”

Maior rede de comércio varejista, no último ano o Pão de Açúcar faturou R$ 36 bilhões. Recentemente, o dono do grupo, Abílio Diniz, tentou conseguir um financiamento de R$ 4 bilhões do BNDES para viabilizar uma fusão com o Carrefour.

Fonte: Correio do Brasil

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