EUA: estudantes organizam venda de bolos ‘racista’ contra ação afirmativa

Estudantes da Califórnia organizam para terça-feira uma venda de bolos em que asiáticos, negros, latinos e mulheres poderão comprar a preços mais baratos do que os homens brancos como forma de protesto contra a ação afirmativa, apesar das acusações de racismo que a iniciativa já despertou. O evento, chamado ironicamente de “venda de bolos pelo aumento da diversidade” (“Increase Diversity Bake Sale”, em inglês), é organizado por estudantes republicanos do campus de Berkeley da Universidade da Califórnia, em protesto contra mudanças na política de admissão à instituição.

“A faixa de preços dos bolos é uma sátira, ao mesmo tempo em que instamos aos estudantes a pensarem com maior senso crítico nas implicações desta política”, explicaram os organizadores da iniciativa na página do Facebook onde anunciam a venda. Na rede social são dados os detalhes da faixa de preço dos bolos, que atende a critérios de diferença racial: “branco caucasiano: US$ 2; asiático/asiático-americano: US$ 1,50; latino/hispânico: US$ 1; negro/afro-americano: US$ 0,75; indiano: US$ 0,25”. Além disso, os estudantes prometem “US$ 25 centavos de desconto para todas as mulheres!”.

O presidente do “campus republicano” da universidade, Shawn Lewis, disse que a ideia da iniciativa é questionar uma medida californiana, segundo a qual as universidades públicas devem considerar a raça e o gênero dos candidatos em seu processo de admissão. Deste modo, as pessoas “terão um desconto (nos bolos) de acordo com sua raça e seu gênero”, disse, afirmando que o evento será realizado, apesar das ameaças recebidas.

“Se as preferências com base na cor da pele estão bem para as admissões universitárias, também deveriam ser para outros aspectos da vida”, comentou. “Concordamos que o evento é racista, mas este é o ponto. Não é mais racista do que dar a um indivíduo uma vantagem no processo de admissão com base apenas na raça ou no gênero”, acrescentou.

No domingo, representantes dos estudantes de Berkeley condenaram por 10 votos a 0 o comportamento discriminatório do campus, apesar do caráter irônico da manifestação.

Fonte: Terra

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