Hoje na História, 1853, a 158 anos nascia José do Patrocinio

Neste domingo o jornalista José do Patrocínio faria 158 anos, pois ele nasceu em 9 de outubro de 1853, em Campos dos Goytacazes, cidade do Garotinho e da Rosinha, ex-governadores do nosso Rio de Janeiro. O casal de políticos está enfrentando problemas com a justiça eleitoral, mas eu não posso negar que sou-lhes grato e também à Benedita da Silva por terem me cedido o espaço onde hoje é a quadra de ensaios da minha escola de samba, a Unidos de Vila Isabel. O conterrâneo deles, José Carlos do Patrocínio, farmacêutico, jornalista e político, foi um brasileiro da maior importância. Apenas conhecido na História do Brasil como abolicionista, na verdade foi o grande arquiteto do movimento. Orador eloquente, foi quem anunciou a abolição da escravatura da janela do Paço com a célebre exclamação: “Meu Deus! Meu Deus! Está extinta a escravidão!”.

O ativista político aderiu aos ideais do republicanismo influenciado por Benjamin Constant e é reconhecido também como republicano, mas deveria constar nos anais da História do Brasil como “O Proclamador da República”, pois foi ele quem convocou os vereadores da época à Câmara para aprovar o edital da proclamação. Foi também quem redigiu o decreto da promulgação que o Marechal Deodoro, muito amigo do Imperador, relutava em dar o seu aval, mas foi convencido a assinar. Alô, professores! Quem me afirmou isto foi o historiador Helio Silva, numa entrevista que me concedeu para o livro ‘Kizombas, Andanças e Festanças’. Além de jornalista, Patrocínio era escritor e, como Machado de Assis, Joaquim Nabuco e tantos outros, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Pouco citado nos livros escolares, este grande brasileiro ainda não foi devidamente exaltado por uma escola de samba. Por falar nisso, aqui vai um esclarecimento: é um sonho antigo da Vila me homenagear num enredo, o que foi sempre adiado, inclusive com o meu parecer.

Há poucos dias, o meu compadre Ricardo Cravo Albin, em reunião no seu instituto, propôs ao Presidente Wilsinho que eu seja cantado no Carnaval de 2013. O Wilsinho aprovou a proposta e eu concordei, desde que tivesse a aprovação do Conselho Deliberativo e dos demais seguimentos da escola, o que ainda não foi confirmado. A nossa Comissão de Carnaval é do parecer que por enquanto devemos nos concentrar somente no tema do próximo desfile — O Canto Livre de Angola — e eu sou completamente de acordo. Para o futuro tenho em mente a elaboração de um enredo sobre José do Patrocínio que, em princípio, vai se chamar ‘Glórias ao Negro Patrocínio, o Arquiteto da Abolição e Proclamador da República!’. Vai dar samba.

 

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