Interferência do namorado de Marta agrava crise em chapa

Em reunião com PC do B, Toledo sugeriu que Netinho se afastasse do PT

Legenda ficou irritada por empresário não ser petista; candidata reclama de ser preterida em favor do comunista


A interferência do empresário Márcio Toledo, namorado de Marta Suplicy (PT), na campanha dela ao Senado agravou a crise instalada entre os candidatos majoritários do partido em São Paulo.

No último domingo, Toledo teve uma reunião com o ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), e sugeriu ao comunista que incentivasse um “distanciamento” entre Netinho de Paula (PC do B) e o PT paulista.

O fato de Toledo não ser petista nem integrar oficialmente a coordenação da campanha de Marta, mas, ainda assim, participar de reuniões e decisões políticas, enervou a cúpula do partido.

Netinho e Marta são os candidatos da chapa do PT ao Senado. O último Datafolha mostrou empate técnico entre os dois. Há duas semanas, ela liderava isolada a corrida eleitoral.

Desde então, Marta tem reclamado que sua campanha está sendo preterida pelo candidato do PT ao governo do Estado, senador Aloizio Mercadante, em favor da candidatura de Netinho.

O encontro entre Toledo e Orlando Silva, uma das lideranças nacionais do seu partido, aconteceu no último domingo. O secretário-geral do PC do B, Walter Sorrentino, também participou.

Orlando Silva procurou por Marta, mas Toledo foi designado para representá-la. Entre outras coisas, o namorado de Marta teria dito que o PT está dividido entre a ela e Mercadante, e Netinho teria escolhido “o lado errado”.

O comando da campanha do PC do B confirmou a conversa entre Orlando Silva e Márcio Toledo, mas argumentou que o objetivo do contato foi pacificar o clima entre os dois candidatos na reta final da campanha.

Na versão dos comunistas, o ministro procurou Marta para dizer que o PC do B não criará tensões.

Já a assessoria de imprensa de Marta disse que o ministro procurou Toledo para pedir que a petista e Netinho fizessem “agendas juntos”.
No entanto, o encontro agravou as relações entre os candidatos do PT.

Mesmo antes, o clima não era bom. Havia desconfiança de que Marta e Aloysio Nunes, candidato do PSDB ao Senado, tivessem feito acordo baseado na equação de que a petista não bate nem apanha do tucano, mas este ataca Netinho.

Na tentativa de aplacar a crise que se instalou por conta da conversa entre Orlando e Toledo, o presidente do PT no Estado, Edinho Silva, conversou na última quarta-feira com o ministro.

Edinho também esteve com Marta e o coordenador da campanha de Mercadante, Emidio Souza. Pediu união entre as candidaturas.

Fonte: Folha

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