Após o episódio racista que ocorreu na partida entre Chelsea e Tottenham no domingo (22), no qual o jogador ‘azul’ Antonio Rudiger teve que suportar parte da arquibancada fazendo barulhos imitando um macaco toda vez que tocava a bola, jogadores da Premier League deram um passo à frente para que o governo britânico interfira totalmente neste problema e investigue o racismo existente no futebol inglês.
Por Lucho Mera, do Sky Boo k365
PFA want government action after alleged racist abuse of Rudiger https://t.co/logvnuuVyi pic.twitter.com/pMKLa98QeR
— Sports News Today (@SportsNewsToda4) December 23, 2019
TEMPO DÍFICIL PARA RUDIGER
O zagueiro do Chelsea, o alemão Antonio Rudiger, foi alvo de cantos racistas em várias ocasiões pelos torcedores do Tottenham Hotspur, na partida de Londres disputada no domingo (22) e que terminou com a vitória do time de Frank Lampard. O árbitro parou a partida no segundo tempo e anúncios foram feitos ao público três vezes, mas o jogo não parou. O Tottenham chegou a emitir uma declaração após o jogo, em que se arrepende da situação e anunciou a abertura de uma investigação para adotar as medidas relevantes.
Tudo começou quando Son Heung-Min chutou Rudiger do chão e recebeu o cartão vermelho. O Tottenham permaneceu com dez jogadores e, a partir deste momento, Rudiger teve que ouvir músicas e barulhos racistas imitando um macaco toda vez que tocava a bola ou intervinha em alguma ação. O capitão do Chelsea, o espanhol César Azpilicueta, alertou o árbitro Anthony Taylor sobre a situação e os torcedores foram advertidos três vezes porque o “comportamento racista interferia no jogo”.
I don’t want to involve Tottenham as an entire club into this situation as I know that just a couple of idiots were the offenders. I got a lot of supportive messages on social media from Spurs fans as well in the last hours – thank you a lot for this. (2/4)
— Antonio Rüdiger (@ToniRuediger) December 22, 2019
Os torcedores do Tottenham não pararam apesar do aviso e as autoridades do estádio insistiram nos anúncios. No entanto, a partida não parou, embora o protocolo da UEFA indique que o jogo deve parar se houver três anúncios e os jogadores devem deixar o campo. Após o jogo, o Tottenham publicou uma declaração em seu site anunciando uma investigação para tomar as medidas necessárias.
“Realizamos uma investigação minuciosa com os comentários do Chelsea. Qualquer forma de racismo é inaceitável. Não será tolerado em nosso estádio”, afirmou o comunicado. “Tomaremos as medidas mais fortes contra qualquer um que se comporte dessa maneira e até será proibido de entrar no estádio”, acrescentou a nota do clube de Londres.
If not, then there must have been witnesses in the stadium who saw and heard the incident. It’s just such a shame that racism still exists in 2019. When will this nonsense stop? (4/4)
— Antonio Rüdiger (@ToniRuediger) December 22, 2019
JOGADORES UNIDOS
“O PFA pede uma investigação do governo sobre o racismo no futebol e incentiva a criação de um grupo composto por todas as partes no Departamento de Digital, Cultura, Mídia e Esportes”, afirmou a Associação de Jogadores Profissionais do Reino Unido em comunicado.
De acordo com o sindicato, é claro que os jogadores de futebol da Premier League estão do lado do “racismo flagrante” que atualmente existe no Reino Unido. “Os jogadores não estão sozinhos. O PFA está ao lado de todos os que enfrentam discriminação. Continuaremos a lutar em seu nome para combater esse problema definitivamente,” disse a entidade.
“O futebol faz parte da sociedade britânica – com a enorme audiência global que o futebol inglês atrai, temos a responsabilidade de liderar o caminho com uma política de tolerância zero. Todos os órgãos governamentais e todas as partes interessadas no futebol devem trabalhar juntos para enfrentar, desafiar e erradicar o abuso racista em nossos estádios e em nosso país “, finalizou o PFA, que parece determinado a resolver adequadamente esse problema, para que não seja esquecido em dois dias.