Jornalista da periferia de SP transforma cotidiano dentro dos trens em livro

A escritora e jornalista Jéssica Moreira lançou em novembro de 2021 seu primeiro livro autoral “VÃO: trens, marretas e outras histórias, que traz o dia a dia dos trens da linha 7-Rubi da CPTM, na região noroeste de São Paulo. “Dentro do aperto da lotação dos trens e de todas as dificuldades que encontramos ao utilizar esse transporte, há muita vida, muitas histórias a serem narradas”, aponta Jéssica Moreira.

Escrito durante suas próprias viagens de trem, a autora transforma a dureza do cotidiano dentro do transporte coletivo em crônicas e poemas sobre mobilidade urbana, mas também as muitas humanidades que se movem dentro dela.

Com poemas de leitura rápida, mas profundos como o vão que separa o trem da plataforma, Jéssica une a própria experiência aos acontecimentos que há anos vivencia nos vagões. “Vão é um livro que retrata a realidade de milhões de pessoas que vivem em São Paulo. O público irá se deparar com histórias que refletem sua própria realidade e cotidiano e também os desafios ligados ao direito à cidade das grandes metrópoles, como é o caso de São Paulo”, aponta a autora.


Segundo a CPTM, em 2019, a companhia transportou 867,7 milhões de passageiros. Mesmo diante da pandemia de Covid-19, as populações periféricas não deixaram de utilizar o trem. A Linha 7-Rubi, cenário no qual as histórias da obra VÃO foram inspiradas, chegou a quase 4,5 milhões de usuários apenas em julho de 2020.

Em 124 páginas, esse livro pode ser lido em uma viagem de trem, fazendo com que cada leitora ou leitor se sinta como passageiro em meio aos ruídos, trilhos, vãos e textura.  Com uma escrita que perpassa o apuro descritivo da crônica e os sobrevoos e rasantes do poema, a autora focaliza os entreatos que divisam o trem da plataforma, buscando os eventos que lhe demarcam como território de fenômeno populacional para além das tipologias capitalistas. Nesse livro, Vão, gente é gente mesmo – indivíduos e sociedade – percorrendo as dobras das materialidades e intersubjetividades a cada paragem, através de texturas, sons e espessamentos explorados habilmente pela autora”, é o que diz a escritora Paloma Franca Amorim, que assina o prefácio do livro.

SINOPSE
Composto por crônicas, poemas e microcontos, o livro traz o cotidiano das populações periféricas que utilizam trem na cidade de São Paulo. Traz para o centro do mapa não só os desafios de mobilidade urbana, mas o que sentem, sonham e vivem aqueles que estão nas bordas da cidade. É um livro para se ler em uma viagem de trem, fazendo com que trabalhadoras e trabalhadores reconheçam seu próprio cotidiano. Quem lê também é passageira(o).

SOBRE A AUTORA
Jéssica Moreira é cronista de trem, poeta de janelas, escritora e jornalista de vida. É cria de Perus, bairro da periferia da região noroeste de São Paulo, onde nasceu em 1991. É uma das autoras de Queixadas por trás dos 7 anos de greve (2013), Heroínas dessa História mulheres em busca de Justiça por familiares mortos pela ditadura (2020), Longe de Monte Carlo (2020) e Chão Vermelho (2021). Formou-se em Jornalismo pela Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação e integrou a turma de 2020 do Curso de Preparação do Escritor (CLIPE) da Casa das Rosas (SP). É cofundadora do Nós, mulheres da periferia, é repórter da Agência Mural de Jornalismo das Periferias, coautora do Blog Morte Sem Tabu (Folha de S. Paulo), integra o coletivo poético Terracota e é uma das organizadoras da FLINO (Festa Literária Noroeste). Redes Sociais: @jessicaapmoreira e @livrovao (no Instagram)

FICHA TÉCNICA

Título: VÃO: trens, marretas e outras histórias Autoria e Fotos: Jéssica Moreira
CAPA/ PROJETO GRÁFICO: Michele Gonçalves 

Número de páginas: 124
Editora Patuá

Preço: R$ 40,00 Link para compra: https://www.editorapatua.com.br/produto/255735/vao-trens-marretas-e-outras-historias-de-jessica-moreira

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE.

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