O projeto contempla três diferentes produtos: um site, um ciclo de ofinal e um e-book bilingue
A escritora e jornalista Calila das Mercês lançará o projeto “Escritoras Negras da Bahia”, que traz um mapeamento e diagnóstico das escritoras negras da Bahia e do acesso a grupos minoritários à arte e literatura.
“Na Bahia, um estado em que a população negra é maioria, prestigiamos grandes escritores homens, mas temos também grandes escritoras mulheres negras, e é sensato termos acesso ao que elas retratam por meio de falas plurais. O busca criar um espaço em que a comunidade negra possa se sentir mais representada e leitores, em geral, possam ter acesso à pluralidade de representações e de autoras baianas que fazem arte literária de qualidade”, explica Calila.
O projeto contempla três diferentes produtos: o primeiro deles é o website www.escritorasnegras.com.br, que será lançado no dia 7 de julho, trazendo um mapeamento e diagnóstico das escritoras negras da Bahia, com acesso às redes sociais e blogs dos seus trabalhos, além de um perfil com histórico sobre a arte literária e atuações. “A ideia do site é fomentar a produção literária na Bahia, porque quem é da área sabe a dificuldade que é viver de literatura, principalmente para a mulher negra”, explicou Calila.
Além do site, o “Escritoras Negras da Bahia” promoverá, entre 7 e 20 de julho, um ciclo de oficinas voltadas a mulheres de comunidades afro-indígenas, nas cidades de Alcobaça, Caravelas e Prado (Cumuruxatiba), Extremo Sul da Bahia, e duas palestras – uma na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus de Teixeira de Freitas, e outra no Fórum de Cultura, em Caravelas. Ao todo, serão mobilizadas 180 mulheres para tratar de temas como literatura, cinema, tecnologia e resistência, com as presenças das pesquisadoras Kênia Freitas, doutora em Comunicação e Cultura da UFRJ, e Raquel Galvão, doutoranda em Teoria e História Literária da Unicamp.
O último produto do projeto é um e-book bilingue (Português e Inglês), com textos acadêmico-culturais relacionados à negritude e à autoria negra, perfis de escritoras negras e intervenções artísticas na Bahia. “O diferencial do projeto é o ineditismo e também o alcance que ele terá, não apenas para potencializar uma única escritora, mas para fortalecer um coletivo de mulheres negras que fazem arte literária”, concluiu Calila.