Jovem agredido ao sair de balada no ABC sai do coma e grava vídeo: ‘Estou bem’

Roger Passebom Júnior, de 22 anos, foi espancado por grupo de pessoas e estava em estado grave. Três suspeitos foram indiciados por homofobia.

No G1

Reprodução/G1

Roger Passebom Júnior, de 22 anos, saiu do coma nesta terça-feira (02) e foi encaminhado para o quarto do Hospital Municipal de Clínicas, em São Bernardo do Campo, na Região do ABC, onde estava internado desde o último domingo (22) em estado grave. Amigos disseram que ele foi vítima de homofobia.

O jovem foi espancado por um grupo de pessoas na saída de uma casa noturna em São Bernardo do Campo. Os agressores fugiram. Ele teve traumatismo craniano e ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.

Em vídeo gravado nesta terça, Junior diz estar se sentindo bem por ter saído do coma e feliz por ir para o quarto. “Eu amo vocês”, disse sorrindo mandando beijo para a câmera.

Três dos suspeitos de cometerem o crime foram indiciados por lesão corporal gravíssima e racismo. Eles aparecem em imagens de câmeras de segurança de um estacionamento agredindo o rapaz. Os jovens vão responder em liberdade porque têm residência fixa, trabalho e se apresentaram espontaneamente à polícia

Desde junho, o STF determinou que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada um crime punido pela Lei de Racismo.

O advogado de Roger Júnior, José Beraldo, entrou com um pedido no Ministério Público na última sexta-feira (27) para que seja decretada a prisão preventiva dos suspeitos.

“Eles ostentam antecedentes criminais, mostraram que são violentos. Um deles inclusive já foi condenado por roubo. São Pessoas de personalidade voltada para o crime. O que eu quero é que eles sejam julgados por júri popular para que sirvam de exemplo para outros agressores da comunidade LGBT”, diz Beraldo.

Alguns parentes de Roger prestaram depoimento na delegacia na última terça-feira (24), assim como um dos amigos que também foi agredido e os três suspeitos de terem praticado a agressão.

Segundo os advogados dos indiciados, eles admitiram ter participado de uma briga, mas disseram que não chegaram a agredir Roger. Afirmaram que o que motivou a confusão foi o excesso de álcool.

O advogado de Roger Júnior disse que a agressão foi motivada por homofobia e que não pode ser tratada como lesão corporal.

“Nós queremos é um rigor absoluto de todos aqueles que atuaram nessa agressão, que isso foi uma tentativa de homicídio. É tentativa de homicídio grave, com requintes de crueldade, é crime hediondo”, afirma Beraldo.

Briga

O caso aconteceu na madrugada de domingo (22), quando Roger foi comemorar os 22 anos com os amigos em uma casa noturna. Testemunhas contaram que o jovem estava dançando na pista quando começou a ouvir xingamentos e ofensas homofóbicas. Neste momento, os seguranças da balada expulsaram três rapazes da festa.

Quando Roger e os amigos saíra da casa noturna, foram abordados pelo grupo que tinha sido expulso da boate. No boletim de ocorrência, Renan, um dos amigos de Roger, contou que foi agredido juntamente com ele por aproximadamente seis indivíduos desconhecidos e que eles levaram socos e chutes.

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