Jovem da Fundação CASA de Iaras cria palestra sobre bullying

foto: Eliel Nascimento

Adolescente, que já foi vítima de preconceito, relatou suas pesquisas e vivências para jovens em cinco centros da Instituição 

Foi durante uma oficina do Comitê Institucional do Quesito Cor (que tem como missão discutir questões relativas à diversidade étnico-racial), que o jovem André (nome fictício), de 18 anos, em medida socioeducativa no centro da Fundação CASA Madre Tereza de Calcutá I, da cidade de Iaras, decidiu se interessar mais sobre a questão do bullying e do preconceito.

por Laureen Mello Nottolini via Guest Post para o Portal Geledés

A motivação de André foi uma situação vivida por milhares de jovens negros no Brasil: a discriminação. De acordo com a coordenadora pedagógica, Talita Souza Sales Batista, inicialmente, ele não se interessava muito pelo assunto. “Mostramos para ele a importância da participação dele nesse debate. Conforme as aulas do Quesito foram acontecendo, o André tomou gosto pelo assunto e agora discute tudo muito ativamente”, disse.

Incentivado e auxiliado pela pedagoga, Luciana de Paula, que ministra as oficinas no centro socioeducativo, André pesquisou referências, informações, ideias e por fim, juntou tudo e elaborou uma palestra sobre a questão.

Assim, o jovem apresentou seu ponto de vista para os demais jovens do CASA sobre a situação, abordando pontos como os danos e consequências causados pelo preconceito na autoestima, a discriminação racial, a injustiça e o sentimento de angústia de quem é vitimado pelo bullying.

Após apresentar a palestra no centro socioeducativo, o jovem foi muito aplaudido pelos demais. Foi nesse momento que a equipe de referência, juntamente com o jovem, tiveram a ideia de abordar o mesmo assunto no centro CASA Madre Tereza II. Aprovado também pelos jovens de lá, foi a vez de apresentar para as adolescentes dos centros socioeducativos femininos Cerqueira César I e II e por fim no CASA Rio Novo (em Iaras).

Agora, o jovem pretende continuar apresentando sua palestra nos demais centros que compõe a região de Iaras, Botucatu e Bauru, conhecida como Divisão Regional Sudoeste (DRS), e se dedicar ao ativismo em prol da redução do preconceito e do bullying.

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